E. Santos-Silva, R. G. Nascimento, R. C. Mendes, M.G.S. Bandeira, L.J.O. Geraldes-Primeiro
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Abstract
Um grande número de cladóceros produzem formas de resistência que são liberadas na água, como estratégia para se manter em ambientes instáveis e adversos. Algumas delas se depositarão no sedimento, formarão um banco de ovos e eclodirão para recolonizar os ambientes quando em condições propícias. Em ambientes com grande variação do nível da água, grandes áreas ficam expostas e ressecam, no período de águas baixas. No lago Tupé, das 96 espécies de Cladocera, 2/3 não são encontradas durante as águas baixas e reaparecem quando estes ambientes terrestres voltam a ser aquáticos. Para entender este fenômeno, verificou-se quais espécies de cladóceros da comunidade ativa produziram formas dormentes, a distribuição dessas formas no ambiente e se haveria diferença no número de eclosões das formas dormentes coletadas em sedimento com água e sem água. As coletas de sedimento foram realizadas no período de águas baixas (em setembro e novembro de 2011), em 32 pontos homogeneamente distribuídos em dois hábitats deste ambiente: (i) canal (lago e igarapés) e (ii) praia (ambiente periodicamente inundado=ATTZ). As amostragens no canal foram realizadas com um corer (60 mm de diâmetro) e na praia com um tubo de PVC (50 mm de diâmetro). No laboratório as formas dormentes foram extraídas do sedimento e colocadas em incubadoras para eclosão. Eclodiram indivíduos de oito espécies da comunidade ativa do lago: Ilyocryptus spinifer Herrick, 1882, Ephemeroporus barroisi (Richard, 1894), Diaphanosoma Fischer, 1854, Holopedium amazonicum Stingelin,1904, Ceriodaphnia cornuta Sars, 1886, Moina minuta Hansen, 1899, Bosmina longirostris (O.F.Müeller, 1785) e Bosminopsis deitersi Richard, 1895. O maior número de eclosões foi do sedimento das praias e o maior número de espécies de sedimentos coletados próximo à desembocadura do maior igarapé da bacia do lago. Das espécies identificadas, seis (6) são planctônicas. Os estímulos imediatos que desencadeiam a produção de formas dormentes nas espécies planctônicas e litorâneas são diferentes. A dessecação não influencia negativamente a viabilidade das formas dormentes. As formas dormentes não são homogeneamente distribuídas no sedimento do lago. A produção de formas dormentes é um mecanismo adaptativo importante no sucesso dos cladóceros que vivem em ambientes com sazonalidade marcante, variando de aquático para terrestre. Os igapós são importantes para a manutenção da diversidade de cladóceros desses ambientes sazonalmente inundados.