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Abstract
Publicado em 1938, Vidas Secas, de Graciliano Ramos, denuncia as desigualdades de seu tempo, tanto nas relações dos humanos entre si quanto nas relações entre o humano e a natureza. A obra catalisa realidades de um Brasil que passava por profundas mudanças políticas e sociais. Mais de setenta anos depois, o premiado longa-metragem de animação O menino e o mundo (2013), de Alê Abreu, renova algumas das reflexões propostas por Ramos e apresenta traduções intersemióticas (Plaza, 2003) da narrativa verbal de Vidas Secas para signos sonoros e visuais. Tal processo demonstra que o diálogo entre as duas obras vai além da explícita semelhança temática e pode ser percebido em diversos elementos da animação, desde a composição dos personagens e da relação entre elas até as escolhas estéticas, tanto sonoras quanto visuais, que permitem à animação expandir algumas das críticas sociais apresentadas por Ramos. Como sinal deste diálogo, destacaremos a metáfora das aves nas duas obras, que tem carga simbólica importante para ambas as narrativas.