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Abstract
Partindo da percepção de que os sistemas de ensino podem ser interpretados como fatores de conservação social, este trabalho debruça-se sobre as ideias de progresso e desenvolvimento e o seu papel na construção do ideário econômico liberal. Busca-se compreender como a sistematização do ensino na era moderna associou-se com os interesses das classes dominantes para produzir regras de caráter universalista que tendem a legitimar as relações de poder estabelecidas. Revela-se que, apesar das diferentes terminologias, há uma continuidade no que se refere à utilização de saberes científicos supostamente irrefutáveis como instrumentos de legitimação da ordem. Discute-se também a retórica do desenvolvimento e da cooperação como instrumento de legitimação dos ganhos desiguais e dos diferentes ritmos de crescimento econômico. Por fim, conclui-se que a associação entre ensino e poder se manifesta por meio da propagação de postulados unidimensionais, supostamente objetivos e universais, para legitimar as desigualdades e naturalizar os fenômenos sociais.