J. Marques, Marcello Apolônio Duailibe Barros, G. Lima, M. Santos, Rodrigo Leite Cruz, Roseane Santos Silva, Gustavo Moreno Alves Ribeiro
{"title":"Relatório Bimestral de Transparências Fiscal do Maranhão: Ano 2022. v. 11 nº.1 - Retomada à passos Lentos","authors":"J. Marques, Marcello Apolônio Duailibe Barros, G. Lima, M. Santos, Rodrigo Leite Cruz, Roseane Santos Silva, Gustavo Moreno Alves Ribeiro","doi":"10.47592/6bi202111","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O Relatório de Transparência Fiscal (RTF) do 6º bimestre de 2021 apresenta os resultados fiscais do Estado do Maranhão comparando\nao ano anterior e ao orçado na Lei Orçamentária Anual – LOA. O destaque do ano vai para a atenuação da crise da pandemia da COVID-19,\nseguida por um processo de recuperação lento do cenário macroeconômico internacional e estabilização dos preços das commodities.\nContudo, ainda com riscos atinentes ao baixo crescimento econômico, retorno da inflação mundial e conturbados movimentos nos fluxos de\ncapital com oscilações divergentes nas taxas de juros ao redor do mundo.\nNo panorama macroeconômico internacional e nacional, o crescimento econômico global deve recuperar o fôlego aos poucos, mas a\nredução de programas de investimento público pode tornar a recuperação ainda mais lenta. Na China a preocupação com zerar os casos de\nCOVID-19 promovem lockdowns e arrefecem a demanda asiática e afetam os mercados globais de commodities. No Brasil, a política\nmacroeconômica continua sem conseguir controlar ao crescimento da inflação e da taxa de câmbio se mantendo a mercê do panorama\ninternacional. A elevação dos juros servirá como freio para o crescimento econômico e a inflação continua deteriorando a renda das famílias\nenquanto o nível de desemprego continua elevado e o cenário fiscal nacional se deteriora sem poder intervir com políticas públicas mais\nestratégicas.\nNesse contexto, o RTF do 6º bimestre do exercício de 2021 apresenta a revisão para o crescimento da economia maranhense e o\ncenário macroeconômico estadual. Os preços internacionais beneficiam a dinâmica do comércio exterior do Estado, mas não conseguem\ntraduzir em geração de produtividade e novos empregos – fenômenos que foram acompanhados ao longo de 2021. A taxa de desemprego\ncontinua baixa e o mercado foi beneficiado pelo efeito preço. A inflação, o desemprego e a taxa de juros continuam impactando a demanda\nestadual, arrefecendo o mercado interno. Contudo, com a base fraca de 2020 permitiu que 2021 tivesse resultados melhores na atividade uma\nvez que o processo de vacinação bem-sucedido dentro do Estado evitou medidas rígidas de combate à pandemia.\nPara o Estado do Maranhão, o câmbio elevado e os preços das commodities foram positivos não somente para o mercado exportador.\nA elevação do preço do petróleo continuou beneficiando a arrecadação do principal imposto estadual o Imposto sobre a Circulação de\nMercadorias e Serviços – ICMS e as transferências constitucionais através do crescimento da arrecadação nacional com o Imposto sobre os\nProdutos Industrializados – IPI. O câmbio elevado permitiu que o efeito preço fosse alavancado e ainda afetasse demais as mercadorias\nadquiridas do exterior. Por outro lado, a taxa de câmbio também afetou as despesas elevando o valor da dívida externa – em especial o custo\ncom as parcelas da Operação de Crédito com o Bank of America.\nCom transferências e arrecadação tributária crescendo em 2021, os resultados das receitas foram melhores do que o esperado pela\nLOA 2021. Contudo, as despesas acompanharam a taxa de crescimento das receitas, principalmente no que se refere aos dispêndios na função\nSaúde, uma vez que desde 2020 foi alvo de grandes investimentos para suprir as necessidades da pandemia, o que desencadeou em forte\nampliação do custeio. Além disso, os gastos com assistência social, políticas de geração de emprego e investimentos anticíclicos também\npressionaram a despesa.\nNesse sentido, o Estado do Maranhão ainda passa por um cenário desafiador. Com possibilidade de normalização do cenário\ninternacional: preço das commodities e câmbio mais baratos, a arrecadação maranhense pode seguir uma trajetória de arrefecimento. O\ncrescimento das despesas deve continuar e possivelmente será mais pressionado em 2022, no qual a despesa de Pessoal poderá subir visando\ncompensar as supressões legais impostas pela necessidade de manter os recursos para combater a pandemia. Além disso, a elevada inflação\ntambém deve fortalecer as pressões dos servidores pela recomposição da renda.\nDesta forma, as perspectivas do panorama econômico são de melhora, mas acompanhadas de novos desafios paras as finanças públicas\numa vez que o panorama de normalização impacta as receitas estaduais e as despesas continuam crescentes. 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Abstract
O Relatório de Transparência Fiscal (RTF) do 6º bimestre de 2021 apresenta os resultados fiscais do Estado do Maranhão comparando
ao ano anterior e ao orçado na Lei Orçamentária Anual – LOA. O destaque do ano vai para a atenuação da crise da pandemia da COVID-19,
seguida por um processo de recuperação lento do cenário macroeconômico internacional e estabilização dos preços das commodities.
Contudo, ainda com riscos atinentes ao baixo crescimento econômico, retorno da inflação mundial e conturbados movimentos nos fluxos de
capital com oscilações divergentes nas taxas de juros ao redor do mundo.
No panorama macroeconômico internacional e nacional, o crescimento econômico global deve recuperar o fôlego aos poucos, mas a
redução de programas de investimento público pode tornar a recuperação ainda mais lenta. Na China a preocupação com zerar os casos de
COVID-19 promovem lockdowns e arrefecem a demanda asiática e afetam os mercados globais de commodities. No Brasil, a política
macroeconômica continua sem conseguir controlar ao crescimento da inflação e da taxa de câmbio se mantendo a mercê do panorama
internacional. A elevação dos juros servirá como freio para o crescimento econômico e a inflação continua deteriorando a renda das famílias
enquanto o nível de desemprego continua elevado e o cenário fiscal nacional se deteriora sem poder intervir com políticas públicas mais
estratégicas.
Nesse contexto, o RTF do 6º bimestre do exercício de 2021 apresenta a revisão para o crescimento da economia maranhense e o
cenário macroeconômico estadual. Os preços internacionais beneficiam a dinâmica do comércio exterior do Estado, mas não conseguem
traduzir em geração de produtividade e novos empregos – fenômenos que foram acompanhados ao longo de 2021. A taxa de desemprego
continua baixa e o mercado foi beneficiado pelo efeito preço. A inflação, o desemprego e a taxa de juros continuam impactando a demanda
estadual, arrefecendo o mercado interno. Contudo, com a base fraca de 2020 permitiu que 2021 tivesse resultados melhores na atividade uma
vez que o processo de vacinação bem-sucedido dentro do Estado evitou medidas rígidas de combate à pandemia.
Para o Estado do Maranhão, o câmbio elevado e os preços das commodities foram positivos não somente para o mercado exportador.
A elevação do preço do petróleo continuou beneficiando a arrecadação do principal imposto estadual o Imposto sobre a Circulação de
Mercadorias e Serviços – ICMS e as transferências constitucionais através do crescimento da arrecadação nacional com o Imposto sobre os
Produtos Industrializados – IPI. O câmbio elevado permitiu que o efeito preço fosse alavancado e ainda afetasse demais as mercadorias
adquiridas do exterior. Por outro lado, a taxa de câmbio também afetou as despesas elevando o valor da dívida externa – em especial o custo
com as parcelas da Operação de Crédito com o Bank of America.
Com transferências e arrecadação tributária crescendo em 2021, os resultados das receitas foram melhores do que o esperado pela
LOA 2021. Contudo, as despesas acompanharam a taxa de crescimento das receitas, principalmente no que se refere aos dispêndios na função
Saúde, uma vez que desde 2020 foi alvo de grandes investimentos para suprir as necessidades da pandemia, o que desencadeou em forte
ampliação do custeio. Além disso, os gastos com assistência social, políticas de geração de emprego e investimentos anticíclicos também
pressionaram a despesa.
Nesse sentido, o Estado do Maranhão ainda passa por um cenário desafiador. Com possibilidade de normalização do cenário
internacional: preço das commodities e câmbio mais baratos, a arrecadação maranhense pode seguir uma trajetória de arrefecimento. O
crescimento das despesas deve continuar e possivelmente será mais pressionado em 2022, no qual a despesa de Pessoal poderá subir visando
compensar as supressões legais impostas pela necessidade de manter os recursos para combater a pandemia. Além disso, a elevada inflação
também deve fortalecer as pressões dos servidores pela recomposição da renda.
Desta forma, as perspectivas do panorama econômico são de melhora, mas acompanhadas de novos desafios paras as finanças públicas
uma vez que o panorama de normalização impacta as receitas estaduais e as despesas continuam crescentes. Os desafios e as incertezas
econômicas e fiscais deverão manter a economia maranhense crescendo a passos lentos em 2021 e 2022.