{"title":"ESTUDO DA CAPACIDADE DE DESOVAS SUCESSIVAS DO CAMARÃO MACROBRACHIUM AMAZONICUM (HELLER, 1862) DO MUNICÍPIO DE CATALÃO, GOIÁS","authors":"E. C. Mossolin, L. Nishimura","doi":"10.21826/2178-7581x2018190","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O camarão Macrobrachium amazonicum é encontrado atualmente em diversas regiões do Brasil, principalmente em razão de introduções ocorridas há algumas décadas. Esta ampla distribuição deve-se a fácil adaptação da espécie em ecossistemas lênticos, além da reprodução de forma contínua ao longo do ano. Este estudo visou analisar a capacidade de desovas sucessivas em fêmeas capturadas na Represa do Parque Municipal Pirapitinga (18°10’02,33”S, 047°55’43,04”O), no município de Catalão (GO). Foram coletadas 125 fêmeas ovígeras entre maio e junho/2018, com uso de puçás. Em laboratório, estas fêmeas foram mantidas vivas e tiveram o tamanho do ovário observado, por transparência da carapaça, além do estágio de desenvolvimento embrionário dos ovos. Os ovários foram classificados em três estágios, utilizando-se como referências o seu tamanho em relação ao hepatopâncreas e sua coloração. Os ovos foram classificados em três estágios, de acordo com a quantidade de vitelo, o avanço da formação das manchas oculares do embrião e a coloração. Com base nessas informações foi observado que nas 69 fêmeas que apresentavam os ovos no estágio Inicial (I), aproximadamente 90% estavam com o ovário em seu estágio inicial. Das 39 fêmeas com os ovos no estágio intermediário (II), 41% apresentavam os ovários no estágio inicial e 44% os ovários no estágio intermediário. Por fim, nas 17 fêmeas que apresentavam seus ovos no estágio final, aproximadamente 60% dessas possuíam o ovário no estágio final. Estas observações nos levam a considerar que a espécie possui grande capacidade reprodutiva, sendo que fisiologicamente cada indivíduo demonstra ter condições de desovar sucessivamente. Esta conclusão é demonstrada pelo alto número de indivíduos com ovários em seu estágio final de desenvolvimento que possuem ovos também no final de seu ciclo de desenvolvimento. Este fato demonstra que ao eclodirem as larvas, e ocorrer a liberação do abdômen que acolhia os ovos desovados, a fêmea já possui plenas condições de nova desova. Por fim, esta informação também corrobora o fato já observado em diversos estudos, de que a reprodução da espécie é do tipo contínua. O conhecimento sobre aspectos reprodutivos é de grande importância para a compreensão da distribuição de espécies, principalmente para M. amazonicum, espécie que é encontrada em todo o território brasileiro e pode se adaptar facilmente a locais que seja introduzida.","PeriodicalId":175754,"journal":{"name":"Livro de Resumos do X Congresso Brasileiro sobre Crustáceos","volume":"42 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-11-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Livro de Resumos do X Congresso Brasileiro sobre Crustáceos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.21826/2178-7581x2018190","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O camarão Macrobrachium amazonicum é encontrado atualmente em diversas regiões do Brasil, principalmente em razão de introduções ocorridas há algumas décadas. Esta ampla distribuição deve-se a fácil adaptação da espécie em ecossistemas lênticos, além da reprodução de forma contínua ao longo do ano. Este estudo visou analisar a capacidade de desovas sucessivas em fêmeas capturadas na Represa do Parque Municipal Pirapitinga (18°10’02,33”S, 047°55’43,04”O), no município de Catalão (GO). Foram coletadas 125 fêmeas ovígeras entre maio e junho/2018, com uso de puçás. Em laboratório, estas fêmeas foram mantidas vivas e tiveram o tamanho do ovário observado, por transparência da carapaça, além do estágio de desenvolvimento embrionário dos ovos. Os ovários foram classificados em três estágios, utilizando-se como referências o seu tamanho em relação ao hepatopâncreas e sua coloração. Os ovos foram classificados em três estágios, de acordo com a quantidade de vitelo, o avanço da formação das manchas oculares do embrião e a coloração. Com base nessas informações foi observado que nas 69 fêmeas que apresentavam os ovos no estágio Inicial (I), aproximadamente 90% estavam com o ovário em seu estágio inicial. Das 39 fêmeas com os ovos no estágio intermediário (II), 41% apresentavam os ovários no estágio inicial e 44% os ovários no estágio intermediário. Por fim, nas 17 fêmeas que apresentavam seus ovos no estágio final, aproximadamente 60% dessas possuíam o ovário no estágio final. Estas observações nos levam a considerar que a espécie possui grande capacidade reprodutiva, sendo que fisiologicamente cada indivíduo demonstra ter condições de desovar sucessivamente. Esta conclusão é demonstrada pelo alto número de indivíduos com ovários em seu estágio final de desenvolvimento que possuem ovos também no final de seu ciclo de desenvolvimento. Este fato demonstra que ao eclodirem as larvas, e ocorrer a liberação do abdômen que acolhia os ovos desovados, a fêmea já possui plenas condições de nova desova. Por fim, esta informação também corrobora o fato já observado em diversos estudos, de que a reprodução da espécie é do tipo contínua. O conhecimento sobre aspectos reprodutivos é de grande importância para a compreensão da distribuição de espécies, principalmente para M. amazonicum, espécie que é encontrada em todo o território brasileiro e pode se adaptar facilmente a locais que seja introduzida.