{"title":"A flora na obra poética de Olegário Mariano","authors":"F. França, Antonio Gabriel Sales de Souza","doi":"10.13102/lm.v12i2.4382","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este estudo parte da hipótese que a análise da flora citada na obra literária pode fornecer dados para a compreensão da prática artística. Olegário Mariano Carneiro da Cunha (1889, Recife-1958, Rio de Janeiro) reuniu sua obra poética em Toda uma vida de Poesia (1957). Ele recusou rótulos ao longo de sua carreira, tendo experimentado novas possibilidades. Este trabalho visa relacionar as plantas citadas nessa obra com aspectos artísticos; relacionar as espécies citadas aos significados propostos no poema; contribuir no estabelecimento do lugar do \"poeta das cigarras\" no contexto da literatura praticada em sua época. As espécies foram identificadas a partir dos dicionários, bem como foram utilizadas obras específicas da área de Botânica. Os seguintes poemas, ricos em citações de plantas, foram analisados: A) Uma canção por um beijo; B) O seio de Abraão; C) A casa dos sete cedros. A técnica de versificação foi analisada com base tratados específicos. As espécies vegetais mais citadas foram: \"Rosa\" que foi o nome de planta mais referido com 64 citações (24,6%), seguido pelo \"Lírio\" (15 citações, 5,8%), \"Cedro\" (14 - 5,4%), \"Manjerona\" e \"Cana-de-Açucar\" (8- 3,1% cada), \"Tomilho\" (7 - 2,7%), \"Mangueira\" e \"Uva (=Parra, Pâmpano)\" (6- 2,3%), \"Ninféia\", \"Salgueiro\" e \"Ipê\", todos com 5 citações (1,9% cada). Foram um total de 83 espécies. Observa-se a utilização de espécies exóticas à Flora Brasileira (48 espécies, c. 58 %). O estudo revelou um escritor no meio do camimho entre \"os mestres do passado\" e o modernismo sendo um representante de um período muito delicado da literatura brasileira.","PeriodicalId":346819,"journal":{"name":"Revista Légua & Meia","volume":"32 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-03-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Légua & Meia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.13102/lm.v12i2.4382","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este estudo parte da hipótese que a análise da flora citada na obra literária pode fornecer dados para a compreensão da prática artística. Olegário Mariano Carneiro da Cunha (1889, Recife-1958, Rio de Janeiro) reuniu sua obra poética em Toda uma vida de Poesia (1957). Ele recusou rótulos ao longo de sua carreira, tendo experimentado novas possibilidades. Este trabalho visa relacionar as plantas citadas nessa obra com aspectos artísticos; relacionar as espécies citadas aos significados propostos no poema; contribuir no estabelecimento do lugar do "poeta das cigarras" no contexto da literatura praticada em sua época. As espécies foram identificadas a partir dos dicionários, bem como foram utilizadas obras específicas da área de Botânica. Os seguintes poemas, ricos em citações de plantas, foram analisados: A) Uma canção por um beijo; B) O seio de Abraão; C) A casa dos sete cedros. A técnica de versificação foi analisada com base tratados específicos. As espécies vegetais mais citadas foram: "Rosa" que foi o nome de planta mais referido com 64 citações (24,6%), seguido pelo "Lírio" (15 citações, 5,8%), "Cedro" (14 - 5,4%), "Manjerona" e "Cana-de-Açucar" (8- 3,1% cada), "Tomilho" (7 - 2,7%), "Mangueira" e "Uva (=Parra, Pâmpano)" (6- 2,3%), "Ninféia", "Salgueiro" e "Ipê", todos com 5 citações (1,9% cada). Foram um total de 83 espécies. Observa-se a utilização de espécies exóticas à Flora Brasileira (48 espécies, c. 58 %). O estudo revelou um escritor no meio do camimho entre "os mestres do passado" e o modernismo sendo um representante de um período muito delicado da literatura brasileira.