{"title":"Mulheres artistas e Autorretrato: a representação de si como sujeito","authors":"Thiane Nunes","doi":"10.20396/eha.vi14.3388","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Há mais de três décadas que pesquisadoras têm investigado o papel da mulher artista e a frequente marginalização da sua presença na historiografia, nos espaços de exposição e nos debates estéticos da arte ocidental. Através de uma abordagem sócio-política da arte, reconhecemos que elas estão ausentes como autoras, nos museus e galerias, porém estiveram sempre presentes nas representações, como objeto, tema, alegoria, musas, bem como em infinitas reproduções de nudez. O artigo Virility and Domination in Early Twentieth-Century Vanguard Painting, de Carol Duncan, aponta para uma longa história na qual a representação do corpo feminino foi persistentemente apresentada como um local de prazer visual masculino. Em contrapartida, artistas contemporâneas, principalmente a partir dos anos 1970, mediadas pelo suporte de novas temáticas surgidas a partir do século XX (como dor, sexualidade, raça e gênero), começaram a buscar novas e diferentes interpretações de seus próprios corpos, de seu olhar e lugar no mundo, voltando-se para o corpo feminino como proposição principal de suas experiências2. Trabalhar sob uma perspectiva social da arte vai inevitavelmente nos direcionar para questões de presenças e ausências, e demandas que abrangem os diferentes regimes de representação. Um recorte da minha pesquisa acaba por se concentrar na ideação sexista dos corpos femininos, e, finalmente, na autorrepresentação criada pelas próprias artistas, quando finalmente esse corpo representado tem algo de biográfico, quando passa a se considerar sujeito e não apenas um objeto de deleite do olhar masculino. Ao olhar para essas produções me pareceu possível ensaiar alguns termos de uma história do autorretrato feminino. Para isso, é de extrema importância tomar conhecimento de tais obras e ter acesso a esses trabalhos, tendo em vista a contribuição que tantas","PeriodicalId":305074,"journal":{"name":"Atas do 14º...","volume":"16 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Atas do 14º...","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/eha.vi14.3388","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Há mais de três décadas que pesquisadoras têm investigado o papel da mulher artista e a frequente marginalização da sua presença na historiografia, nos espaços de exposição e nos debates estéticos da arte ocidental. Através de uma abordagem sócio-política da arte, reconhecemos que elas estão ausentes como autoras, nos museus e galerias, porém estiveram sempre presentes nas representações, como objeto, tema, alegoria, musas, bem como em infinitas reproduções de nudez. O artigo Virility and Domination in Early Twentieth-Century Vanguard Painting, de Carol Duncan, aponta para uma longa história na qual a representação do corpo feminino foi persistentemente apresentada como um local de prazer visual masculino. Em contrapartida, artistas contemporâneas, principalmente a partir dos anos 1970, mediadas pelo suporte de novas temáticas surgidas a partir do século XX (como dor, sexualidade, raça e gênero), começaram a buscar novas e diferentes interpretações de seus próprios corpos, de seu olhar e lugar no mundo, voltando-se para o corpo feminino como proposição principal de suas experiências2. Trabalhar sob uma perspectiva social da arte vai inevitavelmente nos direcionar para questões de presenças e ausências, e demandas que abrangem os diferentes regimes de representação. Um recorte da minha pesquisa acaba por se concentrar na ideação sexista dos corpos femininos, e, finalmente, na autorrepresentação criada pelas próprias artistas, quando finalmente esse corpo representado tem algo de biográfico, quando passa a se considerar sujeito e não apenas um objeto de deleite do olhar masculino. Ao olhar para essas produções me pareceu possível ensaiar alguns termos de uma história do autorretrato feminino. Para isso, é de extrema importância tomar conhecimento de tais obras e ter acesso a esses trabalhos, tendo em vista a contribuição que tantas
三十多年来,研究人员一直在研究女性艺术家的角色,以及她们在西方艺术史学、展览空间和美学辩论中的频繁边缘化。通过艺术的社会政治方法,我们认识到他们作为作者在博物馆和画廊中并不存在,但他们总是作为对象、主题、寓言、缪斯,以及无限的裸体复制品出现在表现中。卡罗尔·邓肯(Carol Duncan)的文章《二十世纪早期先锋绘画中的男子气概和统治》(Virility and Domination in the Early Twentieth-Century Vanguard Painting)指出,女性身体的表现一直是男性视觉愉悦的场所,这是一段很长的历史。相反,当代艺术家,特别是自1970年代以来,以支持新的主题,从上个世纪的(如疼痛、性、种族和性别),开始寻找新的和不同的解释他的身体,他的外观和位置,对女性身体转向experiências2的主要命题。在艺术的社会视角下工作将不可避免地引导我们到存在和缺席的问题,以及涵盖不同表现制度的需求。我研究的一个片段最终集中在对女性身体的性别歧视的想法上,最后是艺术家自己创造的自我表征,当被表征的身体最终有一些传记的东西,当它开始被认为是主体,而不仅仅是男性凝视的愉悦对象。看着这些作品,我似乎有可能排练女性自画像历史的一些术语。为此,了解这些作品并接触这些作品是极其重要的,因为许多人对这些作品做出了贡献