{"title":"O silêncio necessário para o recolhimento: a mulher no limiar entre ser e não-ser","authors":"M. Piazzolla","doi":"10.11606/issn.1517-0128.v39i2p118-129","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A ética levinasiana assume a mulher ou o feminino como alteridade discreta. A decisão por uma leitura elegendo um dos termos pode abrir para diferentes interpretações sobre a atribuição dessa alteridade, e isso suscitou um enorme interesse por teóricas feministas pela filosofia de Levinas, sendo Simone de Beauvoir uma das precursoras da crítica ao rebaixamento da mulher como Outro, continuada, de certa forma, por Luce Irigaray. Para compreender como essas críticas implicam na constituição de uma subjetividade oferecida a Outrem, decidimos iniciar pela análise do lugar que a mulher ocupa na ética levinasiana. Discutiremos desde a perspectiva da separação entre o ser e o ente, com objetivo de constituir o que sustenta uma aceitação de uma alteridade radical, tomando primeiramente o termo mulher como alteridade silenciosa, cuja posição intermediária entre ser e não-ser torna-se a condição para o recolhimento, e por conseguinte, indispensável para a relação ética. Em seguida, apresentaremos algumas questões que orbitam em torno da noção de feminino empregada por Levinas.","PeriodicalId":175674,"journal":{"name":"Cadernos de Ética e Filosofia Política","volume":"261 5","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos de Ética e Filosofia Política","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v39i2p118-129","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A ética levinasiana assume a mulher ou o feminino como alteridade discreta. A decisão por uma leitura elegendo um dos termos pode abrir para diferentes interpretações sobre a atribuição dessa alteridade, e isso suscitou um enorme interesse por teóricas feministas pela filosofia de Levinas, sendo Simone de Beauvoir uma das precursoras da crítica ao rebaixamento da mulher como Outro, continuada, de certa forma, por Luce Irigaray. Para compreender como essas críticas implicam na constituição de uma subjetividade oferecida a Outrem, decidimos iniciar pela análise do lugar que a mulher ocupa na ética levinasiana. Discutiremos desde a perspectiva da separação entre o ser e o ente, com objetivo de constituir o que sustenta uma aceitação de uma alteridade radical, tomando primeiramente o termo mulher como alteridade silenciosa, cuja posição intermediária entre ser e não-ser torna-se a condição para o recolhimento, e por conseguinte, indispensável para a relação ética. Em seguida, apresentaremos algumas questões que orbitam em torno da noção de feminino empregada por Levinas.