Programa Saúde na Escola: intervenções para qualificação do programa de Atenção Básica realizadas no município de Petrópolis/Rio de Janeiro através de Residência Multiprofissional coordenada pela Faculdade Arthur Sá Earp Neto
{"title":"Programa Saúde na Escola: intervenções para qualificação do programa de Atenção Básica realizadas no município de Petrópolis/Rio de Janeiro através de Residência Multiprofissional coordenada pela Faculdade Arthur Sá Earp Neto","authors":"Maycom Maia de Mello","doi":"10.14295/JMPHC.V7I1.430","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O Programa Saude na Escola (PSE) foi instituido em 2007 como estrategia articulada ao fortalecimento do programa Saude da Familia (Ministerio da Saude) a fim de fomentar a integracao das redes de cuidado (saude, educacao, assistencia etc.) atraves de acoes de promocao, prevencao e atencao a saude com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de criancas e jovens. Tais acoes devem estar atreladas, tanto para os profissionais da area de saude quanto para os da educacao, a ideia de que o desenvolvimento humano e sistemico e atravessado por multiplos fatores de ordem bio psico-socio-ambiental. Desta forma, torna-se imperativo ampliar o conceito de saude e bem-estar para alem da tradicional nocao de que saude e apenas “ausencia de doencas” a fim de potencializar intervencoes que promovam melhorias na qualidade de vida humana (tanto na esfera individual quanto na esfera coletiva). Alicercado por tais prerrogativas, um dos psicologos da equipe de profissionais inseridos na rede de atencao basica em saude do municipio de Petropolis/RJ, atraves da 1a turma de Residencia Multiprofissional coordenada pela Faculdade Arthur Sa Earp Neto, implementou durante o 2o semestre de 2015, em duas escolas de um bairro da 3a regiao daquele municipio, um ciclo de intervencoes de carater continuado, direcionadas aos alunos do ensino fundamental, com vistas ao resgate simbolico do espaco escolar enquanto local privilegiado para promocao de saude e integracao coletiva. Atraves da tecnica “rodas de conversa” os alunos foram instigados a refletirem e a debaterem sobre temas por eles selecionados (bullying, sexualidade, prevencao ao uso de drogas, perspectivas de futuro profissional etc.) tendo como contraponto do psicologo facilitador duas perguntas base: “Em que medida as caracteristicas do territorio/comunidade onde voce esta inserido interferem nos temas abordados?” e “Qual papel voce desempenha na sua historia e na historia dos seus coletivos?”. Assim, ainda que o produto das intervencoes nao possa ser quantitativamente mensurado, aposta-se na eficacia da estrategia utilizada, mobilizadora de um espaco de escuta e fala horizontalizadas e de valorizacao de saberes na qual os participantes sao estimulados a se reconhecerem como sujeitos da propria historia, implicados na investigacao das proprias vulnerabilidades biopsicossociais e na apropriacao de praticas saudaveis de autocuidado e de autogestao. O episodio em que uma das agentes comunitarias da UBSF local, apos atuar como co-facilitadora em alguns encontros, revelou ao psicologo o desejo (mais tarde concretizado) de retornar os estudos por ter identificado em si mesma novas potencialidades profissionais, aliado a solicitacao expressa pela direcao escolar de que os trabalhos nao fossem interrompidos no semestre seguinte, corroboram a relevância e o sucesso do projeto piloto realizado (que no ano seguinte teve continuidade atraves de nova turma de profissionais do programa de residencia inseridos naquela regiao, assegurando, assim, a integracao e articulacao permanentes entre equipes de saude e educacao, conforme preconizado pelo Ministerio da Saude).","PeriodicalId":378003,"journal":{"name":"JMPHC. Journal of Management and Primary Health Care","volume":"31 29","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2017-01-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"JMPHC. Journal of Management and Primary Health Care","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14295/JMPHC.V7I1.430","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O Programa Saude na Escola (PSE) foi instituido em 2007 como estrategia articulada ao fortalecimento do programa Saude da Familia (Ministerio da Saude) a fim de fomentar a integracao das redes de cuidado (saude, educacao, assistencia etc.) atraves de acoes de promocao, prevencao e atencao a saude com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de criancas e jovens. Tais acoes devem estar atreladas, tanto para os profissionais da area de saude quanto para os da educacao, a ideia de que o desenvolvimento humano e sistemico e atravessado por multiplos fatores de ordem bio psico-socio-ambiental. Desta forma, torna-se imperativo ampliar o conceito de saude e bem-estar para alem da tradicional nocao de que saude e apenas “ausencia de doencas” a fim de potencializar intervencoes que promovam melhorias na qualidade de vida humana (tanto na esfera individual quanto na esfera coletiva). Alicercado por tais prerrogativas, um dos psicologos da equipe de profissionais inseridos na rede de atencao basica em saude do municipio de Petropolis/RJ, atraves da 1a turma de Residencia Multiprofissional coordenada pela Faculdade Arthur Sa Earp Neto, implementou durante o 2o semestre de 2015, em duas escolas de um bairro da 3a regiao daquele municipio, um ciclo de intervencoes de carater continuado, direcionadas aos alunos do ensino fundamental, com vistas ao resgate simbolico do espaco escolar enquanto local privilegiado para promocao de saude e integracao coletiva. Atraves da tecnica “rodas de conversa” os alunos foram instigados a refletirem e a debaterem sobre temas por eles selecionados (bullying, sexualidade, prevencao ao uso de drogas, perspectivas de futuro profissional etc.) tendo como contraponto do psicologo facilitador duas perguntas base: “Em que medida as caracteristicas do territorio/comunidade onde voce esta inserido interferem nos temas abordados?” e “Qual papel voce desempenha na sua historia e na historia dos seus coletivos?”. Assim, ainda que o produto das intervencoes nao possa ser quantitativamente mensurado, aposta-se na eficacia da estrategia utilizada, mobilizadora de um espaco de escuta e fala horizontalizadas e de valorizacao de saberes na qual os participantes sao estimulados a se reconhecerem como sujeitos da propria historia, implicados na investigacao das proprias vulnerabilidades biopsicossociais e na apropriacao de praticas saudaveis de autocuidado e de autogestao. O episodio em que uma das agentes comunitarias da UBSF local, apos atuar como co-facilitadora em alguns encontros, revelou ao psicologo o desejo (mais tarde concretizado) de retornar os estudos por ter identificado em si mesma novas potencialidades profissionais, aliado a solicitacao expressa pela direcao escolar de que os trabalhos nao fossem interrompidos no semestre seguinte, corroboram a relevância e o sucesso do projeto piloto realizado (que no ano seguinte teve continuidade atraves de nova turma de profissionais do programa de residencia inseridos naquela regiao, assegurando, assim, a integracao e articulacao permanentes entre equipes de saude e educacao, conforme preconizado pelo Ministerio da Saude).