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Abstract
O artigo busca explorar a dimensão precipuamente historiográfica e as aproximações, proposições, avanços e limitações teórico-metodológicas de Beatriz Nascimento (1942-1995) em sua trajetória como historiadora e teórica da História. Do ponto de vista documental, utilizamos o livro-arquivo Beatriz Nascimento, Quilombola e Intelectual: Possibilidades nos dias da destruição (2018). No desenvolvimento da análise, elaboramos, por meio de uma leitura da história da historiografia brasileira, o entrelaçamento – de natureza simbólica – da clivagem “mãos brancas/mãos negras” que emergiu do liames da relação intelectual entre a autora e o historiador José Honório Rodrigues ainda nos anos 1960, no Rio de Janeiro, e argumentamos que as articulações teóricas de Beatriz Nascimento amalgamaram discussões políticas, sociais e culturais que deram ensejo aos primeiros passos, na esteira social dos movimentos negros contemporâneos nos anos 1970-1990, de uma Historiografia Negra no Brasil, em uma postura antirracista crítica, decolonial e indisciplinada de politização do saber e recusa dos fundamentos coloniais da razão epistêmica ocidental.