Imagem, armação, armadilha: o conceito de olhar sob o regime contemporâneo das imagens

Bruno Reiser
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Abstract

As técnicas modernas de reprodução e representação preconizam normas de identificação e socialização que claramente denunciam o significado histórico das teorias da recepção estética e da hermenêutica. O olhar contemporâneo guarda, assim, muito pouco das prerrogativas da contemplação clássica, não menos treinada para esse fim; restringe-se, antes, à percepção apenas reativa e a uma temporalidade vivencial mínima, cuja síntese é a fotografia.2 Diante do clamor das imagens, a nada mais se fixa atenção, que apenas transita de uma à outra. Como a abstração é verdadeira precisamente pelo que a falsifica, a imagem desmente o que representa e representa o próprio desmentido. Se a pintura e a escultura, os correlatos da imagem visual, até a apresentação do daguerreotipo em 1839 na França, tinham se desenvolvido como materializações simbólicas do olhar, a fotografia é o representante mais fiel do objetivismo abstrato positivista, focado essencialmente no âmbito da referencialidade, e atinge hoje seu vórtice epocal. Mesmo seus artificialismos, cada vez mais imperantes no cinema e na televisão não o negam, senão que são tentativas de contrafação da desconcertante objetividade fotográfica, subterfúgios que garantem dialeticamente sua predominância. Ao mesmo tempo, devassam os redutos metafísicos do dualismo entre símbolo e natureza, forma e matéria, significante e significado, postos a seu serviço. Seu caráter ideológico consiste no modo como hipostasia a singularidade na individualidade despersonalizada liberal. A imagem revela, então, que essa despersonalização resulta, antes, da inflação do personalismo empreendedor e de sua deterioração a partir das esferas mais altas do poder.3 R. Debray observava, a respeito do Estado midiatizado, que “O segredo do poder supremo se manifesta antes nos 'dois corpos do Rei': um, físico, o outro, jurídico. Um carnal, outro simbólico.”4 A
图像、框架、陷阱:当代图像制度下的观察概念
现代再现和再现技术提倡认同和社会化规范,明确谴责审美接受和解释学理论的历史意义。因此,当代的凝视几乎没有保留古典沉思的特权,同样是为此目的而训练的;相反,它被限制在只有反应性的感知和最小的经验时间性,其综合是摄影面对图像的喧嚣,注意力只从一个转移到另一个。因为抽象是真实的,正是因为它是伪造的,所以形象否定了它所代表的东西,也否定了它自己。如果绘画和雕塑,从视觉形象,相关的演讲和daguerreotipo 1839年在法国,如果得了materializações象征性的外观,摄影是最忠诚的实证主义、抽象的代表,主要集中在referencialidade,你漩涡epocal今天了。即使是在电影和电视中日益盛行的人为主义也不能否认这一点,而是试图伪造令人不安的摄影客观性,辩证地保证其优势的诡计。与此同时,他们扫除了符号与自然、形式与物质、能指与意义之间二元论的形而上学据点,为他们服务。它的意识形态特征在于它如何将奇点置于自由去人格化的个性中。然后,这幅图揭示了这种人格解体的结果,在此之前,企业家人格主义的膨胀和它从更高的权力领域的恶化R.德布雷观察到,关于媒介化的国家,“最高权力的秘密更倾向于在‘王权的两个身体’中显现:一个是物质的,另一个是法律的。”一个是肉体的,一个是象征的。”4
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