{"title":"LUTA DE MULHERES!","authors":"E. Bernabé","doi":"10.35699/2238-037x.2022.41577","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A presente pesquisa é proposta na Linha II: Processos Formativos em Educação Tecnológica do Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica (PPGET) do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), cujos estudos focalizam temas relacionados ao trabalho-educação no contexto socioeconômico e político-cultural, destacando os processos históricos e culturais, as relações entre as mudanças societárias, a diversidade, a educação profissional formal e não formal e o mundo do trabalho. Considera-se aqui o conceito amplo de Educação Tecnológica, apresentado por Manacorda (2007) e Oliveira (2000) como sinônimo de politecnia. O Esporte é então apresentado como um instrumento pedagógico em si, com caráter formador e educativo que contribui, para além do ensino da técnica e dos aspectos motores, como uma forma de educar o sujeito social na e pela atividade física (BENTO, GARCIA E GRAÇA 1999). Por sua vez, os/as instrutores/as esportivos/as são considerados/as como uma classe profissional de educadores dessa área. A partir da assertiva de Hirata (2002) de que as pesquisas não podem ser gender-blinded (blindadas ao gênero), mulheres instrutoras de jiu-jitsu foram escolhidas como sujeitos desta investigação. Objetivou-se compreender como se dá a divisão sexual do trabalho entre os/as instrutores/as de jiu-jitsu, um esporte marcadamente \"masculino\". Para tanto, foi adotada uma abordagem qualitativa utilizando-se de revisão da bibliografia e instrumentos de levantamento de dados empíricos garimpados em entrevistas em profundidade com instrutoras de jiu-jitsu, que atuam academias esportivas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais. As bases teórico-conceituais para a análise destes dados são fundamentadas nas teorias da Divisão sexual do trabalho e das Relações sociais de sexo/gênero, oriundas da Sociologia do trabalho francesa de base marxista (KÉRGOAT, 1994; HIRATA, 2002, entre outros). Por meio das metodologias relatadas busca-se responder a seguinte questão: Como se dá a divisão sexual do trabalho entre os/as instrutores/as de jiu-jitsu, um esporte marcadamente \"masculino\"? Os resultados deste estudo apontam que as assimetrias nas relações sociais de sexo/gênero, principalmente no esporte estudado, criam um ambiente hostil para as mulheres. Fatores como a associação da prática da modalidade com características como força, violência e masculinidade, a perspectiva que esportes de combate “masculiniza” a mulher, dentre outros fatores, contrapõem o estereótipo vigente de feminilidade, compondo um cenário em que a mulher é vista como fora de lugar.","PeriodicalId":264937,"journal":{"name":"Trabalho & Educação","volume":"31 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Trabalho & Educação","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.35699/2238-037x.2022.41577","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A presente pesquisa é proposta na Linha II: Processos Formativos em Educação Tecnológica do Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica (PPGET) do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), cujos estudos focalizam temas relacionados ao trabalho-educação no contexto socioeconômico e político-cultural, destacando os processos históricos e culturais, as relações entre as mudanças societárias, a diversidade, a educação profissional formal e não formal e o mundo do trabalho. Considera-se aqui o conceito amplo de Educação Tecnológica, apresentado por Manacorda (2007) e Oliveira (2000) como sinônimo de politecnia. O Esporte é então apresentado como um instrumento pedagógico em si, com caráter formador e educativo que contribui, para além do ensino da técnica e dos aspectos motores, como uma forma de educar o sujeito social na e pela atividade física (BENTO, GARCIA E GRAÇA 1999). Por sua vez, os/as instrutores/as esportivos/as são considerados/as como uma classe profissional de educadores dessa área. A partir da assertiva de Hirata (2002) de que as pesquisas não podem ser gender-blinded (blindadas ao gênero), mulheres instrutoras de jiu-jitsu foram escolhidas como sujeitos desta investigação. Objetivou-se compreender como se dá a divisão sexual do trabalho entre os/as instrutores/as de jiu-jitsu, um esporte marcadamente "masculino". Para tanto, foi adotada uma abordagem qualitativa utilizando-se de revisão da bibliografia e instrumentos de levantamento de dados empíricos garimpados em entrevistas em profundidade com instrutoras de jiu-jitsu, que atuam academias esportivas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais. As bases teórico-conceituais para a análise destes dados são fundamentadas nas teorias da Divisão sexual do trabalho e das Relações sociais de sexo/gênero, oriundas da Sociologia do trabalho francesa de base marxista (KÉRGOAT, 1994; HIRATA, 2002, entre outros). Por meio das metodologias relatadas busca-se responder a seguinte questão: Como se dá a divisão sexual do trabalho entre os/as instrutores/as de jiu-jitsu, um esporte marcadamente "masculino"? Os resultados deste estudo apontam que as assimetrias nas relações sociais de sexo/gênero, principalmente no esporte estudado, criam um ambiente hostil para as mulheres. Fatores como a associação da prática da modalidade com características como força, violência e masculinidade, a perspectiva que esportes de combate “masculiniza” a mulher, dentre outros fatores, contrapõem o estereótipo vigente de feminilidade, compondo um cenário em que a mulher é vista como fora de lugar.