{"title":"Balateiros da Flota Paru: relações de trabalho, conhecimentos tradicionais e memória como experiência social","authors":"M. A. Silva","doi":"10.30810/RCS.V2I3.630","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo resulta de pesquisas de longa duração analítica empreendida em municípios do oeste do Pará, inseridos na Flota do Paru, com dezenas de pessoas, que nos anos de 1930 a 1970, extraíram sistematicamente o látex da manilkara bidentata (balata). Buscou-se, por meio do registro de memórias e narrativas biográficas de balateiros ativos e ex-balateiros, reconstituir os contextos, processos, modos de fazer, viver e reproduzir o trabalho em suas experiências sociais. Demonstra-se a importância da reprodução sociocultural e ambiental dos conhecimentos tradicionais adquiridos por balateiros ao longo de décadas, no âmbito conceitual do patrimônio cultural imaterial. As inter-relações que envolvem balateiros, artesãos e floresta, constituem um modelo de sustentabilidade pautado em conhecimentos locais sobre as dinâmicas da floresta e as transformações naturais que ocorrem com a sazonalidade amazônica. Nesse movimento socioambiental se constituiu um modelo de sustentabilidade que é tecido a partir de complexas relações entre o meio cultural e o natural.","PeriodicalId":404895,"journal":{"name":"REVISTA CIÊNCIAS DA SOCIEDADE","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-08-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"REVISTA CIÊNCIAS DA SOCIEDADE","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.30810/RCS.V2I3.630","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 1
Abstract
O presente artigo resulta de pesquisas de longa duração analítica empreendida em municípios do oeste do Pará, inseridos na Flota do Paru, com dezenas de pessoas, que nos anos de 1930 a 1970, extraíram sistematicamente o látex da manilkara bidentata (balata). Buscou-se, por meio do registro de memórias e narrativas biográficas de balateiros ativos e ex-balateiros, reconstituir os contextos, processos, modos de fazer, viver e reproduzir o trabalho em suas experiências sociais. Demonstra-se a importância da reprodução sociocultural e ambiental dos conhecimentos tradicionais adquiridos por balateiros ao longo de décadas, no âmbito conceitual do patrimônio cultural imaterial. As inter-relações que envolvem balateiros, artesãos e floresta, constituem um modelo de sustentabilidade pautado em conhecimentos locais sobre as dinâmicas da floresta e as transformações naturais que ocorrem com a sazonalidade amazônica. Nesse movimento socioambiental se constituiu um modelo de sustentabilidade que é tecido a partir de complexas relações entre o meio cultural e o natural.