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Abstract
A pandemia de covid-19 evidencia muitos desafios, entre eles o de sustentar e fortalecer, no âmbito científico, a possibilidade de construção de saberes a partir de uma perspectiva situada e comprometida socialmente. O contexto pandêmico não pode ser narrado a partir de uma perspectiva generalista, sob o risco de silenciar a pluralidade de vozes que o constituem. Tendo este parâmetro para nosso fazer na universidade, o presente texto visa discutir a prática de pesquisa feita por e com mulheres, problematizando os lugares destinados a elas/nós segundo a lógica dos regimes de poder como o cisheteropatriarcado e o racismo. Para isso, partimos de um breve recorte histórico a fim de marcar um lugar epistemológico no âmbito científico e explicitar, a partir daí um modo de pesquisar situado e comprometido com a transformação da sociedade em que vivemos. Nesse sentido, apresentamos as ações do projeto de pesquisa “Agora é que são elas: a pandemia de Covid 19 contada por mulheres”, sob nossa coordenação. O projeto está alicerçado no diálogo entre duas perspectivas teóricas distintas, a Psicanálise e a Psicologia Fenomenológico-existencial em leituras críticas e contemporâneas que se desafiam e se complementam ao interrogar um fenômeno de interesse em comum. Um terceiro âmbito de saberes vem compor essa triangulação teórico-metodológica: as Teorias Feministas. A investigação empreendida busca que as narrativas das mulheres sejam incluídas nas discussões sobre a pandemia a partir de uma perspectiva interseccional e que as produções científicas sobre esse fenômeno possam ser corporificadas, plurais e situadas, como procuraremos mostrar a partir de alguns recortes de dados já analisados. Por fim, destacamos a importância de que as mulheres protagonizem a produção de conhecimento sobre si mesmas e que as análises cientificas sejam efetivamente interseccionais.