L. L. Galiotti, M. Machado, G. Gonçalves, P. Hoffmann, M. Negreiros-Fransozo
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Abstract
Os aspectos biológicos dos camarões carídeos são pouco conhecidos, particularmente, quando as espécies não apresentam interesse econômico, como é o caso de Potimirim brasiliana Villalobos, 1959. Desse modo, estudouse a maturidade sexual morfológica de uma população de P. brasiliana, proveniente de um riacho do Bairro de Camburi, Ubatuba, São Paulo, Brasil. Os camarões foram amostrados, mensalmente, de março de 2005 a fevereiro de 2006, utilizando-se peneiras manuais, junto às rochas. Analisou-se o comprimento da carapaça (CC), comprimento da segunda pleura (CP), comprimento (CASM) e largura (LASM) do apêndice sexual masculino, por meio do crescimento relativo destas dimensões. Foram coletados 6977 espécimes; dos quais, somente parte deles foi analisada, ou seja, 539 eram fêmeas (481 ovígeras) e 1190 machos. Todas as relações testadas entre os grupos do mesmo sexo diferiram entre si (ANCOVA; p=0,00). Entre as relações testadas, aquelas que melhor refletiram o crescimento relativo da espécie foram CC vs. CP, CC vs. CASM e CC vs. LASM. A maturidade sexual morfológica das fêmeas (CC50%) obtida foi 2,29 mm; a qual é menor do que o valor da menor fêmea ovígera (3,2 mm CC). Os machos foram separados em três morfotipos, sendo um para jovens e dois para adultos (Morf. I e Morf. II). A relação CC vs. CASM representa melhor as separações entre morfotipos e maturidade sexual. A maturidade sexual (CC50%) encontrada para os machos foi 2,73 mm de CC. Os resultados mostram que as fêmeas atingem a maturidade sexual em tamanhos numéricos menores que os machos, cuja diferença é de 0,44mm. Apesar de estes camarões serem bem pequenos (comparado com outros carídeos), tal diferença é muito pequena para se considerar que a maturidade, entre os sexos, seja diferente do ponto de vista biológico. Por outro lado, a literatura aponta que, entre os camarões de água doce, é comum que os machos atinjam maiores dimensões, provavelmente, assegurando a cópula e garantindo a competição intraespecífica. O aparecimento de machos com morfotipos é uma questão intrigante, pois se observa que camarões com tamanhos similares (Morf. I = 3.36 ± 0,29mm; Morf. II = 3.46 ± 0,26mm) podem apresentar o comprimento do apêndice sexual masculino distinto (Morf. I=3,76 ± 0,55mm; Morf. II 5.56 ± 0,65mm). Aparentemente, os morfotipos possuem funções distintas na reprodução; contudo somente estudos comportamentais detalhados poderão esclarecer tal função.