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Abstract
“Aprender a ser e a viver junto” é um processo primeiro interno. Algo que precisa ser equacionado e desejado pelo indivíduo antes de se tornar um investimento social, coletivo ou intercultural. Propomos uma visita ao romance de Moacyr Scliar O Centauro no jardim, que este ano completa quarenta anos desde sua primeira publicação e é, seguramente, um dos mais celebrados de seu repertório. Ao longo de uma narrativa ora fantástica ora verossímil, o protagonista faz uma espécie de percurso de autoconhecimento, uma viagem em um mundo interno. De certo modo, na acepção de Jung, um processo de individuação que ressignifica seu mundo relacional. A temática das obras de Scliar toca, sobretudo, na questão da imigração judaica no Brasil e na adaptação e integração desses imigrantes à sociedade brasileira. Para tanto, Scliar faz uso do humor e de certa leveza ao tecer personagens não exatamente confortáveis em seus contextos e muitas vezes em conflito interno. Personagens que tentam compreender sua condição identitária levando em conta traços de memórias, heranças culturais e a nova realidade que os cercam. É o caso de Guedali (judeu, gaúcho, brasileiro... um centauro?), que em meio a descobertas e deslocamentos espaciais percebe que sua condição múltipla pode não ser uma aberração, mas um atributo.