{"title":"RETENÇÃO DE CONTAMINAÇÃO MICROPLÁSTICA EM AMPHIPODA (CRUSTACEA:PERACARIDA)","authors":"R. Sorrentino, A. R. Senna","doi":"10.21826/2178-7581X2018012","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A poluição plástica é documentada em todos os ambientes. Os plásticos têm essa extrema durabilidade por serem feitos de polímeros sintéticos derivados de óleo ou gás e incorporados com monômeros bioativos. A cada ano, 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos não reciclados passam pelos oceanos. Quando entram em contato com o oceano sofrem diversas alterações físico-químicas, liberam os monômeros contaminantes e ainda, são altamente capazes de adsorver poluentes orgânicos persistentes (POPs). Dentre os aspectos de poluição plástica marinha, os microplásticos (MP) são a maior preocupação ambiental. São provenientes da fabricação de microbeads, usados em cosméticos, pellets de resina e fibras de tecido e secundariamente resultantes da fragmentação de plásticos maiores. MPs se acumulam no sedimento e na coluna d’água, e são susceptíveis a serem consumidos por diversos organismos. Esta ingestão gera problemas físicos e hormonais e podem ser bioacumulados através dos níveis tróficos. Pela alta biodiversidade e serem considerados indicadores de bioacumulação dos poluentes no ambiente marinho, Amphipoda é definido como grupo alvo para investigar a retenção da contaminação microplástica. Foram realizadas coletas de algas na Praia de Itaipu – Niterói e Praia João Fernandinho – Búzios. Espécimes de Itaipu foram triados e identificados com microscópio estereoscópio como Elasmopus sp., e espécimes de Búzios foram identificados em Quadrimaera sp., e Ampithoidae. Foram separadas 2 amostras (P1i2 e P1i5) com 30 indivíduos de Elasmopus sp. cada, 30 de Quadrimaera sp. (P1B2) e 25 de Ampithoidae (P1B2). O material foi examinado e manipulado cuidadosamente, para que não houvesse contaminação externa. Posteriormente, foram submetidos a degradação de matéria orgânica por ácido nítrico (HNO3). Os MPs sintéticos retidos no interior (brânquias ou tudo digestivo) dos Amphipoda foram contabilizados e fotografados. Os MPs foram classificados quanto à forma (microfibra ou fragmento) e cor. Na amostra P1i2 foram encontrados 14 microplásticos, dentre microfibras (MFs) e fragmentos, com a predominância de microfibra azul (35%); na amostra P1i5, com 18 MPs, as MFs transparentes foram mais encontradas (29%). Nas amostras de Búzios, não houve predominância de um tipo de microplástico. Os fragmentos nessas amostras variaram em MF azul e roxa e alguns fragmentos azul, laranja e rosa. Futuras análises e experimentos em laboratório serão realizados para investigar a ingestão direta de MPs.","PeriodicalId":175754,"journal":{"name":"Livro de Resumos do X Congresso Brasileiro sobre Crustáceos","volume":"14 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-11-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Livro de Resumos do X Congresso Brasileiro sobre Crustáceos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.21826/2178-7581X2018012","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A poluição plástica é documentada em todos os ambientes. Os plásticos têm essa extrema durabilidade por serem feitos de polímeros sintéticos derivados de óleo ou gás e incorporados com monômeros bioativos. A cada ano, 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos não reciclados passam pelos oceanos. Quando entram em contato com o oceano sofrem diversas alterações físico-químicas, liberam os monômeros contaminantes e ainda, são altamente capazes de adsorver poluentes orgânicos persistentes (POPs). Dentre os aspectos de poluição plástica marinha, os microplásticos (MP) são a maior preocupação ambiental. São provenientes da fabricação de microbeads, usados em cosméticos, pellets de resina e fibras de tecido e secundariamente resultantes da fragmentação de plásticos maiores. MPs se acumulam no sedimento e na coluna d’água, e são susceptíveis a serem consumidos por diversos organismos. Esta ingestão gera problemas físicos e hormonais e podem ser bioacumulados através dos níveis tróficos. Pela alta biodiversidade e serem considerados indicadores de bioacumulação dos poluentes no ambiente marinho, Amphipoda é definido como grupo alvo para investigar a retenção da contaminação microplástica. Foram realizadas coletas de algas na Praia de Itaipu – Niterói e Praia João Fernandinho – Búzios. Espécimes de Itaipu foram triados e identificados com microscópio estereoscópio como Elasmopus sp., e espécimes de Búzios foram identificados em Quadrimaera sp., e Ampithoidae. Foram separadas 2 amostras (P1i2 e P1i5) com 30 indivíduos de Elasmopus sp. cada, 30 de Quadrimaera sp. (P1B2) e 25 de Ampithoidae (P1B2). O material foi examinado e manipulado cuidadosamente, para que não houvesse contaminação externa. Posteriormente, foram submetidos a degradação de matéria orgânica por ácido nítrico (HNO3). Os MPs sintéticos retidos no interior (brânquias ou tudo digestivo) dos Amphipoda foram contabilizados e fotografados. Os MPs foram classificados quanto à forma (microfibra ou fragmento) e cor. Na amostra P1i2 foram encontrados 14 microplásticos, dentre microfibras (MFs) e fragmentos, com a predominância de microfibra azul (35%); na amostra P1i5, com 18 MPs, as MFs transparentes foram mais encontradas (29%). Nas amostras de Búzios, não houve predominância de um tipo de microplástico. Os fragmentos nessas amostras variaram em MF azul e roxa e alguns fragmentos azul, laranja e rosa. Futuras análises e experimentos em laboratório serão realizados para investigar a ingestão direta de MPs.