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Abstract
Esclerite corresponde a um grupo heterogêneo de doenças, caracterizado por inflamação da esclera, que pode ter como causa infecções sistêmicas ou locais, ou ainda doenças imunologicamente mediadas, síndromes mascaradas decorrentes de infecção ou neoplasia. É uma entidade dolorosa e destrutiva do olho que pode levar a dano estrutural permanente e comprometimento visual. Frequentemente afeta os tecidos circunjacentes à esclera, como episclera, úvea e córnea. Sua incidência varia de 0,08% a 4%. Não apresenta predisposição racial ou geográfica. A esclerite autoimune é a forma mais comum de esclerite. Cerca de 40% dos casos de esclerite estão associados a uma doença sistêmica (um terço dos pacientes com esclerite nodular ou difusa e dois terços dos pacientes com esclerite necrosante), principalmente artrite reumatoide. É uma doença que ainda permanece enigmática. Causada por processo autoimune (microangiopatia localizada mediada por imunocomplexo, ou reação de hipersensibilidade tipo III. O encontro de inflamação crônica granulomatosa, caracterizada por predomínio de macrófagos e linfócitos T, nos achados histopatológicos de biópsias de esclerite, sugere uma disfunção da imunidade celular ou reação de hipersensibilidade tipo IV. Apesar de se tentar demonstrar a presença de antígenos específicos associados aos vasos e ao dano do tecido escleral, ou de se reproduzir mecanismos patogênicos sugeridos em modelos animais experimentais, não se produziram alterações consistentes.