{"title":"Wallmapuwen – a busca pela autonomia mapuche na política chilena","authors":"Stefania Dalla Rosa","doi":"10.15448/2178-3748.2022.1.43201","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A história do povo Mapuche frente ao Estado chileno foi e continua sendo muito conturbada, a partir da anexação do território originário após a Guerra de Pacificação da Araucanía, em 1883. No decorrer de todo o século XX, surgiram movimentos pela retomada do território e por uma representatividade Mapuche na região da Araucanía, que se intensificaram nos anos 1990, no período de redemocratização.A partir da análise da “Declaración de Principios de Wallmapuwen”, o primeiro partido Mapuche, fundado em 2005 e legalizado em 2016, buscou-se compreender a percepção do Wallmapuwen a respeito da identidade étnica e nacional, nacionalismo e democracia, assim como os princípios políticos e ideológicos do partido, os agentes sociais pertencentes à “nação Mapuche”, planos de recuperação territorial e suas aspirações políticas a nível regional e nacional. Recorrendo ao conceito de identidade nacional e etnia de Anthony Smith como referencial teórico e analisando o documento a partir desses conceitos, foi demonstrado que não podemos caracterizar Wallmapuwen apenas como um partido étnico, uma vez que defende um pluralismo de agentes sociais mapuches e não mapuches. Busca um diálogo com o governo chileno em busca de descentralizar a política dando mais autonomia para as regiões e a recuperação territorial, focando na diminuição dos impactos ambientais. Conclui-se, portanto que Wallmapuwen se coloca como um partido democrático, autonomista, laico, pluralista e nacionalitário. ","PeriodicalId":123255,"journal":{"name":"Oficina do Historiador","volume":"247 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-11-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Oficina do Historiador","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15448/2178-3748.2022.1.43201","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
A história do povo Mapuche frente ao Estado chileno foi e continua sendo muito conturbada, a partir da anexação do território originário após a Guerra de Pacificação da Araucanía, em 1883. No decorrer de todo o século XX, surgiram movimentos pela retomada do território e por uma representatividade Mapuche na região da Araucanía, que se intensificaram nos anos 1990, no período de redemocratização.A partir da análise da “Declaración de Principios de Wallmapuwen”, o primeiro partido Mapuche, fundado em 2005 e legalizado em 2016, buscou-se compreender a percepção do Wallmapuwen a respeito da identidade étnica e nacional, nacionalismo e democracia, assim como os princípios políticos e ideológicos do partido, os agentes sociais pertencentes à “nação Mapuche”, planos de recuperação territorial e suas aspirações políticas a nível regional e nacional. Recorrendo ao conceito de identidade nacional e etnia de Anthony Smith como referencial teórico e analisando o documento a partir desses conceitos, foi demonstrado que não podemos caracterizar Wallmapuwen apenas como um partido étnico, uma vez que defende um pluralismo de agentes sociais mapuches e não mapuches. Busca um diálogo com o governo chileno em busca de descentralizar a política dando mais autonomia para as regiões e a recuperação territorial, focando na diminuição dos impactos ambientais. Conclui-se, portanto que Wallmapuwen se coloca como um partido democrático, autonomista, laico, pluralista e nacionalitário.