MORFOLOGIA DOS PRIMEIROS ESTÁGIOS LARVAIS DE LEPTALPHEUS MARGINALIS (DECAPODA, ALPHEIDAE), CULTIVADO EM LABORATÓRIO, E PRIMEIRO REGISTRO DE OCORRÊNCIA PARA O BRASIL
T. Rosário, Marcus A. B. Pires, Adelson Silva de Souza, F. A. Abrunhosa, D. J. B. Simith
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Abstract
Este trabalho apresenta uma descrição detalhada da morfologia dos primeiros estágios larvais (zoea) de Leptalpheus marginalis Anker, 2011, cultivado em laboratório. Comparações morfológicas foram ainda realizadas entre o primeiro estágio larval dessa espécie e de Alpheus estuariensis Christoffersen, 1984, única espécie simpátrica com larvas descritas na literatura. Este trabalho representa o primeiro registro de ocorrência de L. marginalis para o litoral brasileiro, até então encontrado unicamente na costa da Colômbia. Espécimes machos e fêmeas foram coletados nas tocas de Lepidophthalmus siriboia Felder & Rodrigues, 1993 (Callianassidae), no estuário do Rio Caeté, Estado do Pará. Fêmeas ovígeras (n = 7) foram transportadas e mantidas no laboratório até o momento da liberação larval. Após a eclosão, as larvas foram cultivadas em placas de petri (50 mL), com densidade de 30 indivíduos cada, na ausência e na presença de sete espécies de microalgas, uma espécie de rotífero e náuplios recém-eclodidos de Artemia salina (Linnaeus, 1758), testados individualmente como item alimentar. Os cultivos foram realizados em água do mar filtrada com temperatura ambiente de 27,6 ± 1,2 °C, salinidade 30,5 ± 0,7, pH 8,1 ± 0,5 e em regime de 12h luz/12h escuro. Foram obtidos quatro estágios de zoea (ZI–ZIV) tanto na ausência quanto na presença de alimento, indicando, portanto, um desenvolvimento lecitotrófico em L. marginalis. No entanto, em todos os cultivos, as larvas morreram no estágio ZIV, sugerindo uma mudança para o comportamento planctotrófico e a necessidade de itens alimentares mais específicos e/ou condições abióticas mais favoráveis. A duração média dos estágios (ZI = 9,1 ± 3,8 h; ZII = 25,5 ± 7,9 h; ZIII = 48,7 ± 12,1 h) não diferiu quanto à presença ou tipo de alimento testado. As larvas ZI de L. marginalis se diferenciam de A. estuariensis pela ausência de espinho pterigostomial na carapaça e possuir pedúnculo da antena com 1 espinho, endito basal da maxila bilobado, protópodo do 1o maxilípede com 3 espinhos e télson com cerdas plumosas e plumodenticuladas. Outras diferenças também ocorreram em relação à presença, quantidade, disposição e tipos de cerdas em alguns apêndices. A descrição larval apresentada neste trabalho pode auxiliar na taxonomia de organismos planctônicos e na atualização da biogeografia do gênero. Ainda existe a necessidade de se investigar os fatores chave que favorecem o completo desenvolvimento larval de L. marginalis.