{"title":"O trabalho para a vida e a vida para o trabalho: uma confluência entre Nietzsche e Foucault acerca do homem moderno","authors":"Guilherme De Freitas Leal","doi":"10.11606/ISSN.1517-0128.V2I37P117-132","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O principal objetivo deste artigo é o de compreender alguns aspectos fundamentais ao modo de pensar e fazer política tal como se desenvolveu a partir da modernidade tendo como referência principal a contraposição entre pequena política e grande política a partir da obra de Friedrich Nietzsche em relação com a concepção de biopolítica pelos ditos e escritos de Michel Foucault. Mais especificamente, a presente abordagem constituir-se-á a partir da relevância dada ao trabalho na construção das sociedades modernas dentro da avaliação feita pelo filósofo alemão e pelo pensador francês supracitados. Nos termos de Nietzsche, uma cultura que não valoriza o espírito, mas que é elaborada por “escravos” modernos, tendo em vista justamente a centralidade do trabalho na construção da vida social bem como da política, mais acentuadamente a partir do século XIX. Pelas ideias de Foucault, indivíduos constantemente disciplinados e regulados através do trabalho como aspecto fundamental da governamentalidade moderna a fim de promover o biogoverno de vidas úteis e ao mesmo tempo dóceis. Trazendo, ademais, o papel da formação, isto é, aquilo que se põe como objetivo à educação nos dois autores a fim de clarear as características principais da sociedade moderna. Notando, desse modo, a relação entre Nietzsche e Foucault quanto ao apontamento de que a formação educacional que se desenvolve desde o capitalismo industrial busca estruturar o sujeito a fim de que se torne trabalhador, isto é, no intuito de integrá-lo ao sistema de produção-consumo para deles exaurir o máximo de contribuição à manutenção do modelo já estabelecido.","PeriodicalId":175674,"journal":{"name":"Cadernos de Ética e Filosofia Política","volume":"94 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos de Ética e Filosofia Política","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/ISSN.1517-0128.V2I37P117-132","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O principal objetivo deste artigo é o de compreender alguns aspectos fundamentais ao modo de pensar e fazer política tal como se desenvolveu a partir da modernidade tendo como referência principal a contraposição entre pequena política e grande política a partir da obra de Friedrich Nietzsche em relação com a concepção de biopolítica pelos ditos e escritos de Michel Foucault. Mais especificamente, a presente abordagem constituir-se-á a partir da relevância dada ao trabalho na construção das sociedades modernas dentro da avaliação feita pelo filósofo alemão e pelo pensador francês supracitados. Nos termos de Nietzsche, uma cultura que não valoriza o espírito, mas que é elaborada por “escravos” modernos, tendo em vista justamente a centralidade do trabalho na construção da vida social bem como da política, mais acentuadamente a partir do século XIX. Pelas ideias de Foucault, indivíduos constantemente disciplinados e regulados através do trabalho como aspecto fundamental da governamentalidade moderna a fim de promover o biogoverno de vidas úteis e ao mesmo tempo dóceis. Trazendo, ademais, o papel da formação, isto é, aquilo que se põe como objetivo à educação nos dois autores a fim de clarear as características principais da sociedade moderna. Notando, desse modo, a relação entre Nietzsche e Foucault quanto ao apontamento de que a formação educacional que se desenvolve desde o capitalismo industrial busca estruturar o sujeito a fim de que se torne trabalhador, isto é, no intuito de integrá-lo ao sistema de produção-consumo para deles exaurir o máximo de contribuição à manutenção do modelo já estabelecido.