{"title":"ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO AR DE UMA COOPERATIVA DE RECICLAGEM NO OESTE DO PARANÁ","authors":"Karina Fernanda Lopes, Marcia Antonia Bartolomeu Agustini","doi":"10.54265/ljqg4648","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Estudos relacionados a composição microbiológica de material particulado são escassos no mundo inteiro, principalmente em cooperativas de reciclagem no Brasil, de modo que, avaliar a qualidade microbiológica do ar nestes ambientes pode fornecer informações importantes para a tomada de decisões frente à problemática dos resíduos sólidos. Objetivo: O trabalho objetivou avaliar a qualidade microbiológica do ar de uma cooperativa de reciclagem situada no município de Santa Helena/PR. Metodologia: Foram realizadas cinco coletas de dados em 2021 seguindo-se a metodologia da sedimentação espontânea e utilizando placas de Petri com Ágar DRBC (Dicloran Rosa Bengala Cloranfenicol Base Agar) para cultivo de fungos e Ágar EMB (Eosin Methylene Blue Agar) para bactérias gram negativas. As placas foram dispostas abertas em dez diferentes pontos de coleta no interior e exterior da cooperativa por 30 minutos. Após incubação, quantificaram-se as unidades formadoras de colônia em cada placa e procedeu-se o isolamento dos fungos e bactérias para posterior identificação. Para identificação dos bolores houve a comparação das suas estruturas com chaves taxonômicas. Para a identificação das bactérias, utilizaram-se os Kits Bactray. De modo a conscientizar a população sobre a separação correta dos resíduos sólidos, elaborou-se uma cartilha educacional em formato digital aos estudantes do município, bem como, buscou-se identificar os principais resíduos contaminados que chegavam à cooperativa. Resultados e discussão: Na quantificação de bactérias gram negativas no ambiente interno, as coletas 1, 2 e 3 excederam o limite de 500 UFC m-³ de ar, enquanto no ambiente externo, apenas a coleta 5 (627,76 UFC m-³) apresentou média que não atendeu à legislação portuguesa NT-SCE-02 (utilizada como parâmetro, pois o Brasil não possui legislação específica para tal). Para avaliação frente ao conceito de normalidade, a Relação I/E (onde I é a quantidade de microrganismos no ambiente interior e E é a quantidade de microrganismos no ambiente exterior) de bactérias foi superior a 1,5, indicando fontes internas de contaminação. Foram identificadas nove espécies de bactérias, pertencentes à cinco gêneros (Acinetobacter sp., Klebsiella sp., Serratia sp., Shigella sp. e Stenotrophomonas sp.) no ambiente interno e, cinco espécies no ambiente externo, com predominância do gênero Klebsiella sp. A contagem de fungos excedeu os limites da Resolução ANVISA 09/2003 (750 UFC m-³) na primeira, quarta e quinta coletas com médias de 858,86 UFC m-³, 948,93 UFC m-³ e 956,21 UFC m-³ de ar, respectivamente e o ambiente está de acordo com a Relação I/E. Foram identificados 13 gêneros de bolores no ambiente interno, com predominância de Aspergillus sp., Rhizopus sp., e Eupenicillium sp. e no ambiente externo, contabilizou-se 19 gêneros com prevalência de Aspergillus sp., Rhizopus sp., Eupenicillium sp., Trychophyton sp. e Mucor sp. Conclusão: Os resultados indicam uma qualidade microbiológica do ar interno significativamente ruim na cooperativa analisada, com três amostragens com valores superiores ao recomendado pelas legislações, sendo possível associar a grande quantidade de microrganismos encontrados, com a grande quantidade de materiais que chegam à cooperativa, contaminados, sujos ou contendo matéria orgânica em seu meio, facilitando a proliferação dos microrganismos. Microbiologia Ambiental PALAVRAS-CHAVE: Resíduos sólidos, Aeromicrobiologia, Fungos, Bactérias","PeriodicalId":344150,"journal":{"name":"Anais do Congresso Brasileiro de Inovação em Microbiologia - MICROBIO","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-03-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do Congresso Brasileiro de Inovação em Microbiologia - MICROBIO","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.54265/ljqg4648","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: Estudos relacionados a composição microbiológica de material particulado são escassos no mundo inteiro, principalmente em cooperativas de reciclagem no Brasil, de modo que, avaliar a qualidade microbiológica do ar nestes ambientes pode fornecer informações importantes para a tomada de decisões frente à problemática dos resíduos sólidos. Objetivo: O trabalho objetivou avaliar a qualidade microbiológica do ar de uma cooperativa de reciclagem situada no município de Santa Helena/PR. Metodologia: Foram realizadas cinco coletas de dados em 2021 seguindo-se a metodologia da sedimentação espontânea e utilizando placas de Petri com Ágar DRBC (Dicloran Rosa Bengala Cloranfenicol Base Agar) para cultivo de fungos e Ágar EMB (Eosin Methylene Blue Agar) para bactérias gram negativas. As placas foram dispostas abertas em dez diferentes pontos de coleta no interior e exterior da cooperativa por 30 minutos. Após incubação, quantificaram-se as unidades formadoras de colônia em cada placa e procedeu-se o isolamento dos fungos e bactérias para posterior identificação. Para identificação dos bolores houve a comparação das suas estruturas com chaves taxonômicas. Para a identificação das bactérias, utilizaram-se os Kits Bactray. De modo a conscientizar a população sobre a separação correta dos resíduos sólidos, elaborou-se uma cartilha educacional em formato digital aos estudantes do município, bem como, buscou-se identificar os principais resíduos contaminados que chegavam à cooperativa. Resultados e discussão: Na quantificação de bactérias gram negativas no ambiente interno, as coletas 1, 2 e 3 excederam o limite de 500 UFC m-³ de ar, enquanto no ambiente externo, apenas a coleta 5 (627,76 UFC m-³) apresentou média que não atendeu à legislação portuguesa NT-SCE-02 (utilizada como parâmetro, pois o Brasil não possui legislação específica para tal). Para avaliação frente ao conceito de normalidade, a Relação I/E (onde I é a quantidade de microrganismos no ambiente interior e E é a quantidade de microrganismos no ambiente exterior) de bactérias foi superior a 1,5, indicando fontes internas de contaminação. Foram identificadas nove espécies de bactérias, pertencentes à cinco gêneros (Acinetobacter sp., Klebsiella sp., Serratia sp., Shigella sp. e Stenotrophomonas sp.) no ambiente interno e, cinco espécies no ambiente externo, com predominância do gênero Klebsiella sp. A contagem de fungos excedeu os limites da Resolução ANVISA 09/2003 (750 UFC m-³) na primeira, quarta e quinta coletas com médias de 858,86 UFC m-³, 948,93 UFC m-³ e 956,21 UFC m-³ de ar, respectivamente e o ambiente está de acordo com a Relação I/E. Foram identificados 13 gêneros de bolores no ambiente interno, com predominância de Aspergillus sp., Rhizopus sp., e Eupenicillium sp. e no ambiente externo, contabilizou-se 19 gêneros com prevalência de Aspergillus sp., Rhizopus sp., Eupenicillium sp., Trychophyton sp. e Mucor sp. Conclusão: Os resultados indicam uma qualidade microbiológica do ar interno significativamente ruim na cooperativa analisada, com três amostragens com valores superiores ao recomendado pelas legislações, sendo possível associar a grande quantidade de microrganismos encontrados, com a grande quantidade de materiais que chegam à cooperativa, contaminados, sujos ou contendo matéria orgânica em seu meio, facilitando a proliferação dos microrganismos. Microbiologia Ambiental PALAVRAS-CHAVE: Resíduos sólidos, Aeromicrobiologia, Fungos, Bactérias