Victória Mello Fernandes, Isabella Almeida dos Santos
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Abstract
A presente pesquisa qualitativa tem um alcance exploratório, com o objetivo de pensar a crise humanitária e sanitária causada pela pandemia da Covid-19 como uma expressão das relações da colonialidade capitalista moderna. O sistema de acumulação capitalista se baseia em relações de produção que necessitam da exploração de alguns sujeitos para sua subsistência. Nesse sentido, busca-se articular as análises, aos apontamentos que "economia solidária feminista" indica, ou seja, a necessidade de pensar formas alternativas de produção não predatórias, que valorizem os sujeitos das relações trabalhistas, assim como evidenciem a exclusão das mulheres do campo econômico. Parte-se do entendimento do sistema colonial-moderno como um padrão de poder de subalternização e dominação de alguns sujeitos, marcados historicamente por classificações como raça e gênero, que durante a pandemia foram as pessoas mais atingidas no Brasil. Traz-se ao corpus do trabalho dados de agências estatais e institutos de pesquisa, assim como notícias veiculadas em jornais nacionais para análise, as quais apontam um efeito das políticas públicas e vulnerabilidade econômica e social de mulheres negras durante o ano de 2020. Identifica-se que os efeitos da pandemia não são apenas consequências de políticas atuais, como a má assistência social, o baixo valor de auxílio emergencial e o possível superfaturamento de vacinas, mas também são resultados de uma sequência de decisões estatais como a precarização do trabalho.