Â. P. Ferreira, Joseeldo da Silva Júnior, Regina Baracuhy
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Abstract
Este artigo visa investigar a constituição de uma prática biopolítica cujos efeitos recaem na massificação da morte de idosos no Brasil vítimas da Covid-19. Parte-se do pressuposto de que os discursos do presidente Jair Bolsonaro fomentaram a disseminação do vírus e potencializou o descuido da população. No primeiro ano de pandemia, Bolsonaro investiu incisivamente para atrapalhar as ações em favor do combate à doença, com movimentos interessados em beneficiar a economia e, consequentemente, desproteger a saúde populacional, numa série de atos que Mbembe (2018) chama de necropolítica, em que fazer viver e deixar morrer cede espaço para deixar morrer e fazer viver, numa política que favorece o morticínio. Amparado no “método arqueogeneológico” de Michel Foucault, nosso estudo analisa os dizeres do presidente numa série enunciativa constituída desde o início da pandemia, de onde extrai-se o entendimento de que Bolsonaro instituiu uma política baseada no negacionismo e anticientificismo.