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Este trabalho analisa a construção da autoria na obra A queda do céu: palavras de um xamã yanomami, de Davi Kopenawa e Bruce Albert, na perspectiva das múltiplas agências, atores e vozes configuradoras do discurso, o qual varia entre autobiografia, discurso político, tratado cosmopolítico e crítica xamânica. Em um primeiro momento, o artigo discute brevemente a noção de autoria na tradição ocidental, marcada pela individualidade e pela propriedade; em seguida, demonstra como essa concepção é elidida em A queda do céu, que vincula a autoria à noção de “virar outro”, a partir do entrelaçamento de múltiplas vozes e imagens espirituais, resultando em uma polifonia da floresta.