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Decolonizar a educação desde o tópos da terra e da coletividade nas filosofias de Rodolfo Kusch e Ailton Krenak
O artigo é uma reflexão crítica sobre o paradigma do pensamento, da linguagem e dos métodos da produção filosófica sul americana, em linha, todavia, com uma epistemologia euro-anglocêntrica que retroalimenta, perpetua e inova a colonialidade contemporânea, em detrimento do modus vivendi, dos temas e das problemáticas próprias dos povos do continente. Para tal, partimos da hermenêutica de dois elementos considerados originários e perduráveis na vida dos povos sul americanos: a ‘Terra’ e a’ Coletividade’, formulados também com o termo ‘Estar’ em substituição ao ‘Ser’, os quais são abordados filosoficamente por dois pensadores, Rodolfo Kusch e Ailton Krenak. Apesar de pertencerem a diferentes épocas, eles enunciam que a terra e a coletividade, com os seus significados e legados ancestrais, formam uma irredutível e persistente resistência à ocidentalização das culturas marginais. Em base à interpretação deste tópos: a terra e a coletividade e seus significados, passamos a inferir criticamente sobre os princípios educacionais em curso e a urgência de superar as colonialidades veladas que pervadem seus fundamentos alinhados aos anseios mercadológicos, buscando, por fim, recuperar a perspectiva ética e intercultural de convivência, tanto entre os povos quanto com as constelações de viventes, como uma contrapartida ao modelo usurpador dos recursos, imposto pelo mercado global.