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Do rito ao palco: inversão de gênero e performance nas Tesmoforiantes, de Aristófanes
Das onze comédias remanescentes de Aristófanes, três utilizam a inversão de papéis de gênero em que as mulheres são representadas exercendo funções convencionalmente desempenhadas por homens. Lisístrata (411 a.C.) e Assembleia de mulheres (392 a.C.) tratam da intrusão da figura feminina nos espaços públicos de Atenas – Acrópole e Ágora respectivamente, prefigurando a participação delas na vida política e econômica da cidade. Em Tesmoforiantes (411 a.C.), entretanto, temos o reposicionamento em torno da batalha dos sexos e do travestismo de gênero, o que compreende o domínio da estética e do visual, que se projeta no próprio teatro. Em vez do confronto coletivo de homens e mulheres, a peça dirige as ações das mulheres contra um único alvo masculino – o poeta trágico Eurípides. Salvas do constrangimento social e dos padrões convencionais que as mantêm dentro do oîkos, silenciosas e inertes em espaços públicos do discurso e da ação, no palco da comédia as mulheres são representadas como protagonistas de seus atos e manifestos. Nesse sentido, o estudo que ora apresentamos busca analisar a inversão de papéis de gênero, travestismo e performance na comédia Tesmoforiantes. A proposta parte da análise do reajuste das posturas performáticas que identificam as mulheres no ritual das Tesmofórias, concentrando o estudo nas questões que giram em torno da inversão de papéis e travestismo de gênero no palco. Assim, com vistas ao debate pretendido, nos ancoramos teoricamente nos estudos de Zeitlin (1981), Tzanetou (2002), Vernant (1989), Silva (1979-1980) e McClure (1999).