Bruno Vítor Martins Santiago, Pedro Ernandes Bergamo, M. Silva, Maud Parise, Nivaldo Ribeiro Villela
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Material e métodos: Foi analisada uma coorte de 100 indivíduos expostos ao vírus da Chikungunya (CHIKV), no período epidêmico do Rio de Janeiro (2018-2019), sendo esses militares ou dependentes do Sistema de Saúde Naval. A pesquisa foi ambientada no Hospital Naval Marcílio Dias, sendo o mesmo aprovado pelo comitê de ética em pesquisas em seres humanos. Foi conduzido um levantamento dos prontuários, visando identificar os pacientes expostos ao CHIKV, seja através de testes sorológicos ou de biologia molecular (reação em cadeia da polimerase em tempo real – Rt-PCR). Foram incluídos na pesquisa, indivíduos de ambos os sexos, com idade de 18-65 anos. Pacientes com dor crônica prévia foram excluídos. Em seguida, os participantes foram inqueridos sobre a evolução do quadro álgico, sendo alocados em 2 grupos: Grupo 1 – Pacientes com diagnóstico de CHIKF e que evoluíram com quadro álgico persistente, após 3 meses (n=27). Grupo 2 – Pacientes com diagnóstico de CHIKF que evoluíram sem critérios para dor crônica (n=54). Foram avaliados os biomarcadores inflamatórios oriundos das amostras de sangue coletadas na ocasião do diagnóstico. Resultados: A prevalência de dor crônica na amostra foi de 29,3%, sendo a maioria mulheres, entre a 4ª e 6ª década de vida, obesas e com baixo grau de escolaridade. Artrite (p=0,008) e maiores níveis séricos de IL-1β (p=0,0135) foram mais comuns no grupo de dor crônica. Conclusão: A resposta imune, ao menos em parte, parece contribuir para a cronificação da dor em pacientes com CHIKF. Entretanto, fenômenos nociplásticos também devem ser explorados, visando a identificação de diferentes perfis fenotípicos da dor.","PeriodicalId":7739,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Imunologia On-line","volume":"179 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"PAPEL DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA NA CRONIFICAÇÃO DOS SINTOMAS DOLOROSOS EM INDIVÍDUOS PORTADORES DA FEBRE DE CHIKUNGUNYA\",\"authors\":\"Bruno Vítor Martins Santiago, Pedro Ernandes Bergamo, M. 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PAPEL DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA NA CRONIFICAÇÃO DOS SINTOMAS DOLOROSOS EM INDIVÍDUOS PORTADORES DA FEBRE DE CHIKUNGUNYA
Introdução: Apesar da grande relevância da febre de Chikungunya (CHIKF) e do seu impacto na qualidade de vida, sua fisiopatologia ainda é pouco compreendida, sobretudo, devido a sua pluralidade de apresentações, variando desde indivíduos assintomáticos até aqueles com dores crônicas. Os fatores para a cronificação da dor nesses indivíduos também não são totalmente elucidados. Alguns trabalhos especulam sobre o papel da resposta inflamatória na severidade e na cronicidade dos sintomas. Objetivos: Desta forma, o objetivo deste projeto é avaliar o papel da resposta inflamatória na cronificação da dor em pacientes que tiveram a CHIKF. Material e métodos: Foi analisada uma coorte de 100 indivíduos expostos ao vírus da Chikungunya (CHIKV), no período epidêmico do Rio de Janeiro (2018-2019), sendo esses militares ou dependentes do Sistema de Saúde Naval. A pesquisa foi ambientada no Hospital Naval Marcílio Dias, sendo o mesmo aprovado pelo comitê de ética em pesquisas em seres humanos. Foi conduzido um levantamento dos prontuários, visando identificar os pacientes expostos ao CHIKV, seja através de testes sorológicos ou de biologia molecular (reação em cadeia da polimerase em tempo real – Rt-PCR). Foram incluídos na pesquisa, indivíduos de ambos os sexos, com idade de 18-65 anos. Pacientes com dor crônica prévia foram excluídos. Em seguida, os participantes foram inqueridos sobre a evolução do quadro álgico, sendo alocados em 2 grupos: Grupo 1 – Pacientes com diagnóstico de CHIKF e que evoluíram com quadro álgico persistente, após 3 meses (n=27). Grupo 2 – Pacientes com diagnóstico de CHIKF que evoluíram sem critérios para dor crônica (n=54). Foram avaliados os biomarcadores inflamatórios oriundos das amostras de sangue coletadas na ocasião do diagnóstico. Resultados: A prevalência de dor crônica na amostra foi de 29,3%, sendo a maioria mulheres, entre a 4ª e 6ª década de vida, obesas e com baixo grau de escolaridade. Artrite (p=0,008) e maiores níveis séricos de IL-1β (p=0,0135) foram mais comuns no grupo de dor crônica. Conclusão: A resposta imune, ao menos em parte, parece contribuir para a cronificação da dor em pacientes com CHIKF. Entretanto, fenômenos nociplásticos também devem ser explorados, visando a identificação de diferentes perfis fenotípicos da dor.