Amanda Tabosa Pereira da Silva, Cintia Graziely Miranda Azevedo
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Introdução: A dengue é uma arbovirose com potencial estimado de 100 a 400 milhões de infecções por ano. Os vetores Aedes (aegypti e albopictus) por meio da picada transmitem o vírus da família flaviviridae, que possui quatro sorotipos distintos. Objetivo: Discutir por meio de uma revisão bibliográfica, como o sistema imunológico está envolvido com a dengue grave. Metodologia: foi realizado um levantamento bibliográfico entre os anos de 2012 a 2022 com a seleção de 4 artigos em inglês que abordavam a temática. Resultados: A dengue grave está relacionada com o aumento da permeabilidade vascular, hemorragia e choque. Essas características tendem a ser mais frequentes em indivíduos que apresentam uma infecção secundária, isto é, já tiveram o contato com o vírus e no momento estão infectados com outro sorotipo. Nesse contexto, o organismo reage com os anticorpos gerados pela primeira infecção, entretanto essa resposta não é o suficiente para combater o novo sorotipo, tendo em vista que as imunoglobulinas são sub-neutralizantes, sendo incapazes de interromper a infecção viral. Além disso, a opsonização favorece a entrada dos vírus nos macrófagos via receptor FC, o que aumenta a carga viral e a exacerbação de citocinas. O mecanismo imunopatológico ainda não está claro, porém há evidências de que a proteína não estrutural NS1 está relacionada com alteração no glicocálice do endotélio vascular que perde a sua seletividade e aumenta a permeabilidade vascular, juntamente com as citocinas TNFα e VEGF-A. O papel anti-inflamatório e imunossupressor da IL-10 sofre variação devido ao período em que é produzido. Conclusão: A resposta imunológica está relacionada com a dengue grave devido a tempestade de citocinas liberadas durante o combate ao patógeno. Todavia, é preciso o desenvolvimento de mais estudos com intuito de esclarecer e elucidar os mecanismos imunopatológicos envolvidos nessa infecção.