Herzer,《性之王》情节中持不同政见者的自传:当性别-性-世代创造命运时

José dos Santos Costa Júnior
{"title":"Herzer,《性之王》情节中持不同政见者的自传:当性别-性-世代创造命运时","authors":"José dos Santos Costa Júnior","doi":"10.5965/2175180315382023e0107","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Do interior da Febem da Vila Maria, em São Paulo, emergiu a autobiografia de Anderson Herzer no início dos anos 1980. Foi um jovem branco, institucionalizado, vítima de abusos sexuais na adolescência e protagonista de uma transição que o tornaria um dissidente sexual, ao ter se desviado da identidade de gênero e do nome colado à sua pele desde o nascimento como Sandra Mara. O artigo analisa as condições de emergência dessa autobiografia, problematizando as práticas e as disputas para que tal “relato de si” fosse possível em termos editoriais no momento em que tanto se discutia a “questão do menor” e as formas de ressocialização de jovens na imprensa, movimentos sociais e instituições do Estado. Pelas lentes do pós-estruturalismo de Michel Foucault e Judith Butler, assim como as da crítica feminista interseccional de Kimberlé Krenshaw e Carla Akotirene, deslindam-se as tramas do poder e os jogos do saber que atuaram nas formas de nomear e constituir a figura de Herzer. Toma-se a autobiografia como monumento atravessado por políticas da autoria e da memória, demandas sociais e políticas editoriais que (in)viabilizaram a constituição do relato em sua forma e conteúdo. Aponta-se, dessa maneira, como os modos de constituição de si podem ser lidos na narrativa autobiográfica como efeito de políticas de subjetivação que fomentam ou criticam hierarquias balizadas pelas diferenças de gênero, raça e geração.\n Palavras-chave: história do tempo presente; interseccionalidade; Herzer; cisgeneridade.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"31 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-04-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Herzer, a autobiografia de um dissidente nas tramas do “sexo rei”: quando gênero-sexualidade-geração inventam destinos\",\"authors\":\"José dos Santos Costa Júnior\",\"doi\":\"10.5965/2175180315382023e0107\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Do interior da Febem da Vila Maria, em São Paulo, emergiu a autobiografia de Anderson Herzer no início dos anos 1980. Foi um jovem branco, institucionalizado, vítima de abusos sexuais na adolescência e protagonista de uma transição que o tornaria um dissidente sexual, ao ter se desviado da identidade de gênero e do nome colado à sua pele desde o nascimento como Sandra Mara. O artigo analisa as condições de emergência dessa autobiografia, problematizando as práticas e as disputas para que tal “relato de si” fosse possível em termos editoriais no momento em que tanto se discutia a “questão do menor” e as formas de ressocialização de jovens na imprensa, movimentos sociais e instituições do Estado. Pelas lentes do pós-estruturalismo de Michel Foucault e Judith Butler, assim como as da crítica feminista interseccional de Kimberlé Krenshaw e Carla Akotirene, deslindam-se as tramas do poder e os jogos do saber que atuaram nas formas de nomear e constituir a figura de Herzer. Toma-se a autobiografia como monumento atravessado por políticas da autoria e da memória, demandas sociais e políticas editoriais que (in)viabilizaram a constituição do relato em sua forma e conteúdo. Aponta-se, dessa maneira, como os modos de constituição de si podem ser lidos na narrativa autobiográfica como efeito de políticas de subjetivação que fomentam ou criticam hierarquias balizadas pelas diferenças de gênero, raça e geração.\\n Palavras-chave: história do tempo presente; interseccionalidade; Herzer; cisgeneridade.\",\"PeriodicalId\":21251,\"journal\":{\"name\":\"Revista Tempo e Argumento\",\"volume\":\"31 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-04-10\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista Tempo e Argumento\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5965/2175180315382023e0107\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Tempo e Argumento","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5965/2175180315382023e0107","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0

摘要

20世纪80年代初,安德森·赫尔泽(Anderson Herzer)的自传从sao保罗维拉玛丽亚(Vila Maria)的Febem内部出现。他是一名年轻的白人,在青少年时期被制度化,是性虐待的受害者,也是一场转变的主角,这将使他成为一名性异议者,因为他从出生起就偏离了性别认同和附在皮肤上的名字桑德拉·玛拉(Sandra Mara)。自传,文章分析了紧急状况problematizando实践和纠纷的“报告”有可能在我们庞大的那一刻,如果讨论“更小”的问题形式的媒体,社会运动和社会功能的国家机构。通过福柯和巴特勒的后结构主义镜头,以及金伯利·克伦肖和卡拉·阿科蒂勒内的交叉女性主义批评镜头,权力的情节和知识的游戏以命名和构成赫尔泽的形式发挥作用。自传被认为是作者身份和记忆政策、社会需求和编辑政策交叉的纪念碑,这些政策使报告的形式和内容得以形成。因此,它指出,在自传体叙事中,自我构成的模式可以被解读为主观化政策的影响,这种政策鼓励或批评以性别、种族和世代差异为标志的等级制度。关键词:当代历史;交集;Herzer;cisgeneridade。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
Herzer, a autobiografia de um dissidente nas tramas do “sexo rei”: quando gênero-sexualidade-geração inventam destinos
Do interior da Febem da Vila Maria, em São Paulo, emergiu a autobiografia de Anderson Herzer no início dos anos 1980. Foi um jovem branco, institucionalizado, vítima de abusos sexuais na adolescência e protagonista de uma transição que o tornaria um dissidente sexual, ao ter se desviado da identidade de gênero e do nome colado à sua pele desde o nascimento como Sandra Mara. O artigo analisa as condições de emergência dessa autobiografia, problematizando as práticas e as disputas para que tal “relato de si” fosse possível em termos editoriais no momento em que tanto se discutia a “questão do menor” e as formas de ressocialização de jovens na imprensa, movimentos sociais e instituições do Estado. Pelas lentes do pós-estruturalismo de Michel Foucault e Judith Butler, assim como as da crítica feminista interseccional de Kimberlé Krenshaw e Carla Akotirene, deslindam-se as tramas do poder e os jogos do saber que atuaram nas formas de nomear e constituir a figura de Herzer. Toma-se a autobiografia como monumento atravessado por políticas da autoria e da memória, demandas sociais e políticas editoriais que (in)viabilizaram a constituição do relato em sua forma e conteúdo. Aponta-se, dessa maneira, como os modos de constituição de si podem ser lidos na narrativa autobiográfica como efeito de políticas de subjetivação que fomentam ou criticam hierarquias balizadas pelas diferenças de gênero, raça e geração.  Palavras-chave: história do tempo presente; interseccionalidade; Herzer; cisgeneridade.
求助全文
通过发布文献求助,成功后即可免费获取论文全文。 去求助
来源期刊
自引率
0.00%
发文量
0
×
引用
GB/T 7714-2015
复制
MLA
复制
APA
复制
导出至
BibTeX EndNote RefMan NoteFirst NoteExpress
×
提示
您的信息不完整,为了账户安全,请先补充。
现在去补充
×
提示
您因"违规操作"
具体请查看互助需知
我知道了
×
提示
确定
请完成安全验证×
copy
已复制链接
快去分享给好友吧!
我知道了
右上角分享
点击右上角分享
0
联系我们:info@booksci.cn Book学术提供免费学术资源搜索服务,方便国内外学者检索中英文文献。致力于提供最便捷和优质的服务体验。 Copyright © 2023 布克学术 All rights reserved.
京ICP备2023020795号-1
ghs 京公网安备 11010802042870号
Book学术文献互助
Book学术文献互助群
群 号:604180095
Book学术官方微信