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O perdigoto e o Sars-Cov-2: a voz em mundos pós-humanos
Busca-se, em diálogo com as chamadas perspectivas pós-humanistas, com as teorias do discurso e a par dos efeitos da pandemia Sars-CoV-2, descrever a emergência de uma nova cartografia para a voz, como um complexo semiótico-discursivo-material interespécie que desafia o estatuto do humano tal como produzido pela modernidade europeia. Para tanto, a partir de um arcabouço foucaultiano e dos conceitos baradianos de agência e de intra-ação, propõe-se que a coexistência entre humanos e o vírus Sars-CoV-2, ao produzir uma pandemia, fez emergir novos regimes de inteligibilidade, visibilidade e audibilidade para a voz que, por sua vez, requisitam uma revisão epistemológica que considere a presença, a vulnerabilidade dos corpos e a assimétrica distribuição de escuta, de vida e de morte. Assume-se, finalmente, a viragem ética que a voz solicita no âmbito das relações corpo a corpo, em sua materialidade e discursividade, de toda forma, embate de lutas, que caracteriza a vida e as relações interespécie na Terra.