{"title":"埃克苏的神话和十字路口的表现","authors":"Paulo Petronílio","doi":"10.22456/2238-8915.125298","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O objetivo central deste artigo é discutir o Mito de Exu e a representação da encruzilhada, a partir de uma conversa que perpassa a cultura afro-brasileira. Por cultura afro-brasileira entendo aqui a produção intelectual produzida pelos afrodescendentes, seja inserido na cultura, seja na mitologia africana, que foi, de certo modo apagada pela cultura ocidental que se legitima como erudita e que, ao fazer isso, desqualifica e bestializa a produção do povo preto. Na cultura yorubá, Exu é considerado um dos Orixás mais turbulentos e complexos. Tal complexidade se dá, certamente, pela demonização que sempre existiu em torno desse deus tão híbrido, multifacetado e polifônico. Portanto, trazer esse Mito aqui é uma reparação e uma forma de dar seu lugar correto no pensamento e na cultura. Para esse movimento, teremos reflexões que tentam dar conta do Mito de Exu como representação da boca coletiva e individual e como representação do trágico não no sentido dialético, mas no sentido afirmador da vida, bem como a encruzilhada transforma-se no lugar de fala dos povos subalternos e marginalizados pela cultura.","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"9 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"MITO DE EXU E A REPRESENTAÇÃO DA ENCRUZILHADA\",\"authors\":\"Paulo Petronílio\",\"doi\":\"10.22456/2238-8915.125298\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O objetivo central deste artigo é discutir o Mito de Exu e a representação da encruzilhada, a partir de uma conversa que perpassa a cultura afro-brasileira. Por cultura afro-brasileira entendo aqui a produção intelectual produzida pelos afrodescendentes, seja inserido na cultura, seja na mitologia africana, que foi, de certo modo apagada pela cultura ocidental que se legitima como erudita e que, ao fazer isso, desqualifica e bestializa a produção do povo preto. Na cultura yorubá, Exu é considerado um dos Orixás mais turbulentos e complexos. Tal complexidade se dá, certamente, pela demonização que sempre existiu em torno desse deus tão híbrido, multifacetado e polifônico. Portanto, trazer esse Mito aqui é uma reparação e uma forma de dar seu lugar correto no pensamento e na cultura. Para esse movimento, teremos reflexões que tentam dar conta do Mito de Exu como representação da boca coletiva e individual e como representação do trágico não no sentido dialético, mas no sentido afirmador da vida, bem como a encruzilhada transforma-se no lugar de fala dos povos subalternos e marginalizados pela cultura.\",\"PeriodicalId\":82235,\"journal\":{\"name\":\"Organon\",\"volume\":\"9 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-12-27\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Organon\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.22456/2238-8915.125298\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Organon","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.125298","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O objetivo central deste artigo é discutir o Mito de Exu e a representação da encruzilhada, a partir de uma conversa que perpassa a cultura afro-brasileira. Por cultura afro-brasileira entendo aqui a produção intelectual produzida pelos afrodescendentes, seja inserido na cultura, seja na mitologia africana, que foi, de certo modo apagada pela cultura ocidental que se legitima como erudita e que, ao fazer isso, desqualifica e bestializa a produção do povo preto. Na cultura yorubá, Exu é considerado um dos Orixás mais turbulentos e complexos. Tal complexidade se dá, certamente, pela demonização que sempre existiu em torno desse deus tão híbrido, multifacetado e polifônico. Portanto, trazer esse Mito aqui é uma reparação e uma forma de dar seu lugar correto no pensamento e na cultura. Para esse movimento, teremos reflexões que tentam dar conta do Mito de Exu como representação da boca coletiva e individual e como representação do trágico não no sentido dialético, mas no sentido afirmador da vida, bem como a encruzilhada transforma-se no lugar de fala dos povos subalternos e marginalizados pela cultura.