{"title":"马克·费雷兹:19世纪视觉摄影师","authors":"Ana Rita Vidica, Gabriel Alves de Campos","doi":"10.5433/1984-7939.2021v17n30p42","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Esse texto tem como objetivo propor um diálogo entre a produção fotográfica de Marc Ferrez (1843-1923) e a proposta conceitual de Mirzoeff (2016) sobre visualidade, contravisualidade e o direito de olhar, partindo-se da hipótese que o fotógrafo traz uma representação visual que legitima o legado colonial presente na sociedade brasileira. Para isso, apresenta-se uma breve cronologia do fotógrafo oitocentista e os conceitos de Mirzoeff a fim de cruzar com seis imagens, sendo duas de cada categoria (Negro, Índio e Paisagem). Conclui-se que Ferrez poderia ser considerado um “visualizador”, atuando como um colonizador por meio de suas imagens, de negros, índios e paisagens. Nelas são perceptíveis os três regimes de visualidade, plantation, imperial e a visualização incoerente, que geram classificação, separação e estetização. Entretanto, devem ser permanentemente abertas a um olhar contravisual, ou seja, questionador daquilo que foi posto. ","PeriodicalId":38555,"journal":{"name":"Discursos Fotograficos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-08-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Marc Ferrez: um fotógrafo visualizador do século XIX\",\"authors\":\"Ana Rita Vidica, Gabriel Alves de Campos\",\"doi\":\"10.5433/1984-7939.2021v17n30p42\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Esse texto tem como objetivo propor um diálogo entre a produção fotográfica de Marc Ferrez (1843-1923) e a proposta conceitual de Mirzoeff (2016) sobre visualidade, contravisualidade e o direito de olhar, partindo-se da hipótese que o fotógrafo traz uma representação visual que legitima o legado colonial presente na sociedade brasileira. Para isso, apresenta-se uma breve cronologia do fotógrafo oitocentista e os conceitos de Mirzoeff a fim de cruzar com seis imagens, sendo duas de cada categoria (Negro, Índio e Paisagem). Conclui-se que Ferrez poderia ser considerado um “visualizador”, atuando como um colonizador por meio de suas imagens, de negros, índios e paisagens. Nelas são perceptíveis os três regimes de visualidade, plantation, imperial e a visualização incoerente, que geram classificação, separação e estetização. Entretanto, devem ser permanentemente abertas a um olhar contravisual, ou seja, questionador daquilo que foi posto. \",\"PeriodicalId\":38555,\"journal\":{\"name\":\"Discursos Fotograficos\",\"volume\":null,\"pages\":null},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-08-25\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Discursos Fotograficos\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5433/1984-7939.2021v17n30p42\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"Q3\",\"JCRName\":\"Arts and Humanities\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Discursos Fotograficos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5433/1984-7939.2021v17n30p42","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"Arts and Humanities","Score":null,"Total":0}
Marc Ferrez: um fotógrafo visualizador do século XIX
Esse texto tem como objetivo propor um diálogo entre a produção fotográfica de Marc Ferrez (1843-1923) e a proposta conceitual de Mirzoeff (2016) sobre visualidade, contravisualidade e o direito de olhar, partindo-se da hipótese que o fotógrafo traz uma representação visual que legitima o legado colonial presente na sociedade brasileira. Para isso, apresenta-se uma breve cronologia do fotógrafo oitocentista e os conceitos de Mirzoeff a fim de cruzar com seis imagens, sendo duas de cada categoria (Negro, Índio e Paisagem). Conclui-se que Ferrez poderia ser considerado um “visualizador”, atuando como um colonizador por meio de suas imagens, de negros, índios e paisagens. Nelas são perceptíveis os três regimes de visualidade, plantation, imperial e a visualização incoerente, que geram classificação, separação e estetização. Entretanto, devem ser permanentemente abertas a um olhar contravisual, ou seja, questionador daquilo que foi posto.