A abordagem de gênero e o ensino de geografia: possíveis diálogos com a formação de professores/as

A profissão docente suscita diversos debates que são relevantes para a elaboração de conhecimentos fundamentais para a prática profissional. Nesta perspectiva, no presente artigo se discute a importância da abordagem de gênero, a partir das interpelações das Geografias Feministas, na formação inicial e continuada de professores de Geografia. Recorre-se a estas interpelações por considerar que são fundamentais ao focalizar as espacialidades de grupos que até então não estavam em destaque. Ao considerar este aspecto, compreende-se que as/os sujeitas/os se posicionam de formas diferentes em suas relações com os lugares e com as práticas socioespaciais cotidianas. Para contribuir com o debate teórico, fez-se um levantamento de teses e dissertações no catálogo da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para identificar os trabalhos até então produzidos. Identificou-se doze pesquisas produzidas em Programas de Pós-Graduação em Geografia do País entre 2005 e 2018. As discussões aqui propostas visam provocar o debate a respeito da existência e da pertinência de uma abordagem de gênero na formação de professoras/es, a partir das interpelações das Geografias Feministas, que visem superar concepções e entendimentos comuns no ensino do componente curricular quanto a esta temática.