Bharbhara Farias dos Santos, Lara Nascimento França, Kallen Dettmann Wandekoken, Priscilla Silva Machado, Lorrane Matos Ferrari de Andrade
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Foram realizadas entrevistas individuais em profundidade a partir da questão norteadora ‘Fale um pouco sobre o que você pensa a respeito do aborto/abortamento’ a fim de explorar as percepções dos participantes. Para a interpretação e discussão dos achados, foi realizada a análise temática derivada da Análise de Conteúdo. Resultados: Os dados foram organizados em três grandes categorias: 1. violência institucional; 2. violência por negligência e 3. violência psicológica. Os relatos demonstram a presença de princípios morais e religiosos pessoais intervindo nas práticas assistenciais e que esses, muitas vezes, atravessam as práticas profissionais contribuindo para a naturalização de atitudes muitas vezes discriminatórias. 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Violência obstétrica frente ao abortamento em um hospital de referência em Vitória/ES, Brasil
Introdução: Esta pesquisa parte da necessidade de discutir sobre o aborto, por se tratar de interesse social e de saúde pública, podendo se articular a algumas falhas da assistência e das garantias de direito das mulheres. Objetivo: Analisar as situações de violência obstétrica relacionadas ao abortamento, a partir do discurso de profissionais da saúde de um hospital de referência em Vitória - ES. Métodos: Participaram do estudo treze profissionais de saúde que atuavam no hospital no período da coleta e que em algum momento participaram diretamente na prestação de cuidados à pessoa que vivenciou o abortamento ou após complicações desse. Foram realizadas entrevistas individuais em profundidade a partir da questão norteadora ‘Fale um pouco sobre o que você pensa a respeito do aborto/abortamento’ a fim de explorar as percepções dos participantes. Para a interpretação e discussão dos achados, foi realizada a análise temática derivada da Análise de Conteúdo. Resultados: Os dados foram organizados em três grandes categorias: 1. violência institucional; 2. violência por negligência e 3. violência psicológica. Os relatos demonstram a presença de princípios morais e religiosos pessoais intervindo nas práticas assistenciais e que esses, muitas vezes, atravessam as práticas profissionais contribuindo para a naturalização de atitudes muitas vezes discriminatórias. Conclusão: Constata-se um distanciamento entre as recomendações encontradas nas políticas e documentos ministeriais e ao que de fato é garantido no dia a dia das mulheres que acessam seus direitos relacionados ao abortamento, com situações que caracterizam violência obstétrica.