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Objetivo: O objetivo é discutir estudos realizados em diversos países que trataram sobre as discrepâncias no manejo clínico da dor quando levado em consideração os fatores étnico-raciais. Material e métodos: Trata-se de uma pesquisa de revisão da literatura através de consulta nas bases de dados PubMed, Medline, LILACS e SciELO. Para essa pesquisa foram considerados todos os tipos de estudos sem haver delimitação de período. A predominância do tipo de desenho dos estudos encontrados foi o transversal, seguido de coortes retrospectivas. Grande parte dos estudos encontrados trouxe a avaliação da analgesia na dor aguda na emergência (13/41), acompanhado de analgesia no parto (8/41), e de dor peri e pós operatória (8/41). O maior volume de estudos abordando a temática foi realizado nos EUA (35/41) e o menor, no Brasil (3/41). A análise foi realizada observando aspectos de acesso ao tratamento, adequação do tratamento, quantidade de opioides prescritos, dose e tempo de tratamento. Resultados: Discrepância étnicas-raciais no manejo da dor foram observados em 78% dos estudos analisados. Destes, 31,7% dos estudos demonstraram que pessoas negras sofreram discriminação, 12,2% hispânicos e 29,3% ambos. Sugere-se que as diferenças étnicas no tratamento da dor envolvam fatores pertinentes ao próprio paciente e aos profissionais de saúde, englobando também à forma como estão organizados os sistemas de saúde. Como principais consequências resultantes desse cenário podemos citar os danos fisiológicos e psicológicos, além da diminuição da capacidade laboral desses grupos minoritários. Conclusão: Com base nos dados encontrados nessa pesquisa, é possível perceber que grupos étnicos minoritários são mais propensos a receberem tratamento inadequado para a dor.","PeriodicalId":7753,"journal":{"name":"Anais do III Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas On-line","volume":"13 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"DISCRIMINAÇÃO NO MANEJO CLÍNICO DA DOR: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DE TRATAMENTOS DESIGUAIS\",\"authors\":\"Luís Júnior da Silva Marques\",\"doi\":\"10.51161/conbracif/54\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução: A dor é uma condição multifatorial que quando tem seu tratamento de forma inadequada, resulta em sofrimento desnecessário e reduz de maneira significativa a qualidade de vida e desenvolvimento social dos indivíduos, além de gerar custos excessivos com a saúde. 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DISCRIMINAÇÃO NO MANEJO CLÍNICO DA DOR: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DE TRATAMENTOS DESIGUAIS
Introdução: A dor é uma condição multifatorial que quando tem seu tratamento de forma inadequada, resulta em sofrimento desnecessário e reduz de maneira significativa a qualidade de vida e desenvolvimento social dos indivíduos, além de gerar custos excessivos com a saúde. Fatores diversos podem influenciar no tratamento do paciente, dentre estes, aspectos sociais, culturais e comportamentais podem interferir diretamente no seu manejo clínico, todavia, isso não deveria influenciar negativamente no comportamento de prescritores como alguns estudos já tem trazido, demonstrando que grupos étnicos minoritários estão mais susceptíveis a receberem tratamento inadequado para o controle da dor. Objetivo: O objetivo é discutir estudos realizados em diversos países que trataram sobre as discrepâncias no manejo clínico da dor quando levado em consideração os fatores étnico-raciais. Material e métodos: Trata-se de uma pesquisa de revisão da literatura através de consulta nas bases de dados PubMed, Medline, LILACS e SciELO. Para essa pesquisa foram considerados todos os tipos de estudos sem haver delimitação de período. A predominância do tipo de desenho dos estudos encontrados foi o transversal, seguido de coortes retrospectivas. Grande parte dos estudos encontrados trouxe a avaliação da analgesia na dor aguda na emergência (13/41), acompanhado de analgesia no parto (8/41), e de dor peri e pós operatória (8/41). O maior volume de estudos abordando a temática foi realizado nos EUA (35/41) e o menor, no Brasil (3/41). A análise foi realizada observando aspectos de acesso ao tratamento, adequação do tratamento, quantidade de opioides prescritos, dose e tempo de tratamento. Resultados: Discrepância étnicas-raciais no manejo da dor foram observados em 78% dos estudos analisados. Destes, 31,7% dos estudos demonstraram que pessoas negras sofreram discriminação, 12,2% hispânicos e 29,3% ambos. Sugere-se que as diferenças étnicas no tratamento da dor envolvam fatores pertinentes ao próprio paciente e aos profissionais de saúde, englobando também à forma como estão organizados os sistemas de saúde. Como principais consequências resultantes desse cenário podemos citar os danos fisiológicos e psicológicos, além da diminuição da capacidade laboral desses grupos minoritários. Conclusão: Com base nos dados encontrados nessa pesquisa, é possível perceber que grupos étnicos minoritários são mais propensos a receberem tratamento inadequado para a dor.