“性别意识形态”谬论

Nilson Carlos Nascimento dos Santos, E. C. Fiamengue
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A escola, enquanto microespaço de poder, é um celeiro de ideologias e se insere no espaço de disputa das políticas públicas voltadas para a educação. Não por acaso, ao tomar posse em 2019, o presidente Jair Bolsonaro afirmava que “libertaria” o país de opressões, incluindo, de acordo com suas palavras, a “ideologia de gênero”. Com esse discurso estava pavimentado o caminho para o pânico moral ganhar corpo sob a falácia da “ideologia de gênero”, narrativa imaginária, que já vinha sendo articulada desde o primeiro semestre de 2014 por segmentos religiosos ultraconservadores, de forma conveniente a seus interesses, que se empenharam arduamente no processo de banimento das temáticas gênero, sexualidade, diversidade de gênero nas escolas e dos planos de educação, tanto da esfera estadual quanto municipal. Conclui-se que o objetivo foi e continua sendo, portanto, despertar o pânico moral, instituindo o medo na população e ocultando os reais motivos dessas ofensivas: refutar os estudos de gênero e deslegitimar as políticas públicas voltadas para a população LGBTQIAP+ e o movimento feminista, negando-lhes visibilidade e direitos humanos. Nos respaldam nessa discussão os seguintes autores, cujos estudos abarcam políticas públicas educacionais, as questões de gênero e sexualidade no âmbito escolar e pânicos morais: SOUZA (2012), COHEN (2002), MISKOLCI (2018), FRIGOTTO (2017), ANTUNES, (1999) entre outros.","PeriodicalId":31754,"journal":{"name":"Delictae Revista de Estudos Interdisciplinares sobre o Delito","volume":"70 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A FALÁCIA DA “IDEOLOGIA DE GÊNERO”\",\"authors\":\"Nilson Carlos Nascimento dos Santos, E. C. 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摘要

本研究旨在分析新自由主义意识形态如何渗透教育公共政策,关注这种意识形态如何产生针对LGBTQIAP+人群的删除、控制和沉默机制。钩上,用手从定性的研究,文献回顾发展的分析给机构政变推翻现任总统在2016年,鉴于下来进行恐惧(2016 - -2019),政府政策支持优势的新保守主义的新自由主义的偏见和neofacista策动进攻的那部分人为了收回他人权和最终生存的权利。学校作为权力的微观空间,是意识形态的粮仓,是教育公共政策争议空间的一部分。总统雅伊尔·博尔索纳罗(Jair Bolsonaro)在2019年就职时表示,他将“解放”国家,用他的话来说,包括“性别意识形态”,这并非偶然。和演讲了通往道德恐慌赢身体属“意识形态”的谬论,幻想故事,我自2014年一分之一来阐述段宗教极端,方便的利益,那些最努力的过程中驱逐的主题,性别,性别多样性在学校和教育计划,市政领域的和。因此,其目的是唤起道德恐慌,在人群中建立恐惧,并隐藏这些攻击的真正动机:驳斥性别研究,使针对LGBTQIAP+人群和女权运动的公共政策失去合法性,否认他们的能见度和人权。以下作者支持我们的讨论,他们的研究涵盖了教育公共政策、学校环境中的性别和性问题以及道德恐慌:SOUZA(2012)、COHEN(2002)、MISKOLCI(2018)、FRIGOTTO(2017)、ANTUNES(1999)等。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
A FALÁCIA DA “IDEOLOGIA DE GÊNERO”
Essa pesquisa objetiva analisar como as políticas públicas voltadas para a educação são impregnadas pela ideologia neoliberal, em atenção ao modo como essa ideologia engendra mecanismos de apagamento, controle e silenciamento contra a população LGBTQIAP+. A pesquisa, de cunho qualitativo, lança mão da revisão bibliográfica para desenvolver a análise que se dá a partir do golpe institucional contra a presidenta Dilma em 2016, considerando os desmontes levados a cabo pelo governo Temer (2016-2019) e o consequente avanço de políticas neoliberais de viés neoconservador e neofacista que seguem orquestrando ofensivas a essa parcela da população no intuito de retirar-lhe direitos humanos e em última instância, o direito à vida. A escola, enquanto microespaço de poder, é um celeiro de ideologias e se insere no espaço de disputa das políticas públicas voltadas para a educação. Não por acaso, ao tomar posse em 2019, o presidente Jair Bolsonaro afirmava que “libertaria” o país de opressões, incluindo, de acordo com suas palavras, a “ideologia de gênero”. Com esse discurso estava pavimentado o caminho para o pânico moral ganhar corpo sob a falácia da “ideologia de gênero”, narrativa imaginária, que já vinha sendo articulada desde o primeiro semestre de 2014 por segmentos religiosos ultraconservadores, de forma conveniente a seus interesses, que se empenharam arduamente no processo de banimento das temáticas gênero, sexualidade, diversidade de gênero nas escolas e dos planos de educação, tanto da esfera estadual quanto municipal. Conclui-se que o objetivo foi e continua sendo, portanto, despertar o pânico moral, instituindo o medo na população e ocultando os reais motivos dessas ofensivas: refutar os estudos de gênero e deslegitimar as políticas públicas voltadas para a população LGBTQIAP+ e o movimento feminista, negando-lhes visibilidade e direitos humanos. Nos respaldam nessa discussão os seguintes autores, cujos estudos abarcam políticas públicas educacionais, as questões de gênero e sexualidade no âmbito escolar e pânicos morais: SOUZA (2012), COHEN (2002), MISKOLCI (2018), FRIGOTTO (2017), ANTUNES, (1999) entre outros.
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