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Entre o fideísmo cético de Montaigne e a sociedade aberta de Popper
Neste artigo, buscaremos aproximar dois autores distanciados por quatro séculos: Michel de Montaigne (1533-1592) e Karl Popper (1902-1994). O primeiro procede em consonância com a adaptação pirrônica às tradições e costumes sociais aliada a uma defesa adogmática do catolicismo tradicional. O segundo procede pela defesa adogmática dos ideais do cristianismo primitivo enquanto molas propulsoras da tradição liberal-democrática. Para tanto, iniciaremos com uma exposição do fideísmo de Montaigne e da referida adaptação pirrônica. Em seguida, exporemos o modo de Popper lidar com a tradição, colocando-a como principal vetor da ordem social. Ademais, mostraremos como a tradição cristã influenciou o seu pensamento a ponto de o filósofo concebê-la como um dos principais ingredientes da sociedade aberta. Concluímos ressaltando que, apesar das diferenças entre os dois autores, ambos estão unidos tanto na crítica das pretensões cognitivas humanas quanto na consideração das tradições como um fator de estabilidade social.