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Podem ser detectados em imagens de satélite e em fotografias aéreas que permitem, de uma parte, verificar a extensão de suas ocorrências nos fundos dos vales e, de outra parte, a sua dinâmica ao longo do tempo. Assim, constata-se que ocorrem em toda a rede de drenagem do Planalto Ocidental Paulista, apesar de individualmente ocuparem extensões relativamente reduzidas em cada berço de drenagem. Por apresentarem expressão regional de ocorrência, características persistentes e por representarem um epiciclo geotecnogênico de grande importância, é cientificamente relevante que estes depósitos, que marcam a colonização do Planalto Ocidental Paulista, sejam reconhecidos como uma nova formação: a aloformação Andradina, cujos critérios de definição seguiram o Léxico Estratigráfico do Brasil. A denominação Andradina, além de representar a localidade que teve o primeiro depósito a ser estudado (em 1994), constitui um dos principais locais de referência das pesquisas pioneiras realizadas por Pierre Monbeig, nos anos de 1940, e onde é possível reconhecê-la como um estratótipo, que não é resultante de um evento fortuito ou localizado, mas representa um quadro geológico configurado no Antropoceno, como vem sendo definida a nova época do Quaternário pela Comissão Estratigráfica da IUGS, marcada pela ação da humanidade como agente geológico.","PeriodicalId":52114,"journal":{"name":"Revista do Instituto Geologico","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-06-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Aloformação Andradina: expressão do Antropoceno no Planalto Ocidental Paulista\",\"authors\":\"Antônio Manoel dos Santos Oliveira, J. P. Q. 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Aloformação Andradina: expressão do Antropoceno no Planalto Ocidental Paulista
O quadro geológico do Planalto Ocidental Paulista (220.000 km2) no estado de São Paulo é marcado pela ocorrência de depósitos sedimentares que assoreiam os fundos de vale de primeira e segunda ordem, resultantes de uma excessiva produção de sedimentos, com abrangência regional, num curto intervalo de poucas dezenas de anos. Estes sedimentos têm como origem a manifestação de intensos processos erosivos consequentes à devastação das florestas primitivas, realizada pelo processo de colonização de origem europeia no século XX. Os depósitos podem ser reconhecidos no campo pela alternância nos sedimentos de camadas mais argilosas e mais arenosas, contendo artefatos que constituem indicadores inequívocos de sua origem antrópica. Podem ser detectados em imagens de satélite e em fotografias aéreas que permitem, de uma parte, verificar a extensão de suas ocorrências nos fundos dos vales e, de outra parte, a sua dinâmica ao longo do tempo. Assim, constata-se que ocorrem em toda a rede de drenagem do Planalto Ocidental Paulista, apesar de individualmente ocuparem extensões relativamente reduzidas em cada berço de drenagem. Por apresentarem expressão regional de ocorrência, características persistentes e por representarem um epiciclo geotecnogênico de grande importância, é cientificamente relevante que estes depósitos, que marcam a colonização do Planalto Ocidental Paulista, sejam reconhecidos como uma nova formação: a aloformação Andradina, cujos critérios de definição seguiram o Léxico Estratigráfico do Brasil. A denominação Andradina, além de representar a localidade que teve o primeiro depósito a ser estudado (em 1994), constitui um dos principais locais de referência das pesquisas pioneiras realizadas por Pierre Monbeig, nos anos de 1940, e onde é possível reconhecê-la como um estratótipo, que não é resultante de um evento fortuito ou localizado, mas representa um quadro geológico configurado no Antropoceno, como vem sendo definida a nova época do Quaternário pela Comissão Estratigráfica da IUGS, marcada pela ação da humanidade como agente geológico.
期刊介绍:
The Journal of the Geological Institute (ISSN 0100-929x, eISSN 2176-1892) is a free access journal, that publishes original and unpublished, scientific and technological articles on Geosciences and related areas. The objective of the Journal of the Geological Institute is to publish original and unpublished, scientific and technological articles on Geosciences and related areas. This Journal also publishes revisions, previous notes, comments, reviews, and articles on topics related to Geosciences. This Journal, which is critically reviewed by consultants (peer review), is published every six months. The journal team is assisted by a permanent advisory body, formed by eminent Brazilian and foreign scientists, specialized in different areas of Geosciences. This Journal is widely distributed to national and international research institutions, government agencies, universities and others, with which the Institute exchanges publications.