Norma Sueli Semião Freitas, Jailson Pereira da Silva
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Esse artigo aborda a relação entre mulheres e arquivo, partindo do acervo documental referente à figura pública de Luíza Távora. Luíza foi primeira-dama do Estado do Ceará em dois momentos (1963-1966 e 1979-1982). Embora sua imagem seja monumentalizada, nomeando escolas, ruas e praças, e a despeito de ser rememorada como “a mãe dos pobres”, Luíza não tem lugar no Arquivo Público do Estado do Ceará, a não ser como adendo do Fundo Documental do esposo. Para ela, existe apenas uma subsérie, dentro da série “documentos pessoais”. Essa situação nos faz pensar como questões de gêneros atuam sobre mulheres que, mesmo sendo brancas, ricas e oriundas de famílias tradicionais, têm seus acervos erigidos com entradas subalternas nos arquivos dedicados aos homens.