Eucimar DA Silva Santana, Ana Alves, Anna Beatriz Machado Lima, Felipe Tâmara Souto Franco, I. Takenami
{"title":"调节细胞在调节病毒性麻风病患者宿主免疫反应中的重要性","authors":"Eucimar DA Silva Santana, Ana Alves, Anna Beatriz Machado Lima, Felipe Tâmara Souto Franco, I. Takenami","doi":"10.51161/ii-conbrai/5958","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A infecção por Mycobacterium leprae promove diferentes formas clínicas da hanseníase, as quais se correlacionam com a resposta imune do hospedeiro. Pacientes com a forma mais grave da doença, conhecida como hanseníase virchowiana, apresentam uma resposta imune associada predominantemente ao perfil Th2 com elevada produção de anticorpos, o que favorece a persistência do bacilo. Contudo, nas últimas décadas, a identificação de marcadores moleculares para células regulatórias tem permitido um melhor conhecimento acerca dos mecanismos imunológicos que contribuem para o desenvolvimento da hanseníase virchowiana. Objetivo: Compreender o papel das células regulatórias Bregs e Tregs na modulação da infecção por M. leprae em pacientes com hanseníase virchowiana. Material e Métodos: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, realizada a partir de periódicos científicos indexados na base de dados PubMed/MEDLINE e SciELO, nos últimos 10 anos (2012 a 2022). Resultados: Diversos mecanismos de ação das células Tregs estão envolvidos na supressão das células efetoras: i) reconhecimento de moléculas inibitórias, como o CTLA-4, levando à supressão de funções de linfócitos T CD4+ como proliferação e secreção de IL-2, ii) secreção de citocinas inibitórias como TGF-β e IL-10. A produção de IL-10 por Tregs leva à hiporresponsividade ao M. leprae por suprimir a resposta de células Th1, resposta imune celular que é mais eficiente no controle da doença. Além disso, a interação FoxP3 com histonas deacetilases dos núcleos de linfócitos T, impulsiona a imunossupressão por Tregs, o que não ocorre em outras formas da hanseníase, e induz a expressão de microRNAs, sobretudo do miRNA-155, os quais representam importantes reguladores da resposta imune, sobretudo na diferenciação em células Tregs. Por sua vez, células Bregs são também produtoras de IL-10 e estimulam a diferenciação de células T efetoras em Tregs, aumentam a expressão de FoxP3 e PD-1, além de estimularem a produção de IL-35, citocina relacionada ao agravamento da doença. Conclusão: Embora a resposta Th2 seja tradicionalmente associada à hanseníase virchowiana, células Tregs e Bregs estão diretamente relacionadas com a forma mais grave da hanseníase, por suprimir a resposta imune efetora do hospedeiro e permitir maior ação do M. leprae.","PeriodicalId":7739,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Imunologia On-line","volume":"27 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"IMPORTÂNCIA DAS CÉLULAS REGULATÓRIAS NA MODULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE DO HOSPEDEIRO EM PACIENTES COM HANSENÍASE VIRCHOWIANA\",\"authors\":\"Eucimar DA Silva Santana, Ana Alves, Anna Beatriz Machado Lima, Felipe Tâmara Souto Franco, I. Takenami\",\"doi\":\"10.51161/ii-conbrai/5958\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução: A infecção por Mycobacterium leprae promove diferentes formas clínicas da hanseníase, as quais se correlacionam com a resposta imune do hospedeiro. Pacientes com a forma mais grave da doença, conhecida como hanseníase virchowiana, apresentam uma resposta imune associada predominantemente ao perfil Th2 com elevada produção de anticorpos, o que favorece a persistência do bacilo. Contudo, nas últimas décadas, a identificação de marcadores moleculares para células regulatórias tem permitido um melhor conhecimento acerca dos mecanismos imunológicos que contribuem para o desenvolvimento da hanseníase virchowiana. Objetivo: Compreender o papel das células regulatórias Bregs e Tregs na modulação da infecção por M. leprae em pacientes com hanseníase virchowiana. Material e Métodos: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, realizada a partir de periódicos científicos indexados na base de dados PubMed/MEDLINE e SciELO, nos últimos 10 anos (2012 a 2022). Resultados: Diversos mecanismos de ação das células Tregs estão envolvidos na supressão das células efetoras: i) reconhecimento de moléculas inibitórias, como o CTLA-4, levando à supressão de funções de linfócitos T CD4+ como proliferação e secreção de IL-2, ii) secreção de citocinas inibitórias como TGF-β e IL-10. A produção de IL-10 por Tregs leva à hiporresponsividade ao M. leprae por suprimir a resposta de células Th1, resposta imune celular que é mais eficiente no controle da doença. Além disso, a interação FoxP3 com histonas deacetilases dos núcleos de linfócitos T, impulsiona a imunossupressão por Tregs, o que não ocorre em outras formas da hanseníase, e induz a expressão de microRNAs, sobretudo do miRNA-155, os quais representam importantes reguladores da resposta imune, sobretudo na diferenciação em células Tregs. Por sua vez, células Bregs são também produtoras de IL-10 e estimulam a diferenciação de células T efetoras em Tregs, aumentam a expressão de FoxP3 e PD-1, além de estimularem a produção de IL-35, citocina relacionada ao agravamento da doença. Conclusão: Embora a resposta Th2 seja tradicionalmente associada à hanseníase virchowiana, células Tregs e Bregs estão diretamente relacionadas com a forma mais grave da hanseníase, por suprimir a resposta imune efetora do hospedeiro e permitir maior ação do M. leprae.\",\"PeriodicalId\":7739,\"journal\":{\"name\":\"Anais do II Congresso Brasileiro de Imunologia On-line\",\"volume\":\"27 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-01-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Anais do II Congresso Brasileiro de Imunologia On-line\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.51161/ii-conbrai/5958\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do II Congresso Brasileiro de Imunologia On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/ii-conbrai/5958","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
IMPORTÂNCIA DAS CÉLULAS REGULATÓRIAS NA MODULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE DO HOSPEDEIRO EM PACIENTES COM HANSENÍASE VIRCHOWIANA
Introdução: A infecção por Mycobacterium leprae promove diferentes formas clínicas da hanseníase, as quais se correlacionam com a resposta imune do hospedeiro. Pacientes com a forma mais grave da doença, conhecida como hanseníase virchowiana, apresentam uma resposta imune associada predominantemente ao perfil Th2 com elevada produção de anticorpos, o que favorece a persistência do bacilo. Contudo, nas últimas décadas, a identificação de marcadores moleculares para células regulatórias tem permitido um melhor conhecimento acerca dos mecanismos imunológicos que contribuem para o desenvolvimento da hanseníase virchowiana. Objetivo: Compreender o papel das células regulatórias Bregs e Tregs na modulação da infecção por M. leprae em pacientes com hanseníase virchowiana. Material e Métodos: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, realizada a partir de periódicos científicos indexados na base de dados PubMed/MEDLINE e SciELO, nos últimos 10 anos (2012 a 2022). Resultados: Diversos mecanismos de ação das células Tregs estão envolvidos na supressão das células efetoras: i) reconhecimento de moléculas inibitórias, como o CTLA-4, levando à supressão de funções de linfócitos T CD4+ como proliferação e secreção de IL-2, ii) secreção de citocinas inibitórias como TGF-β e IL-10. A produção de IL-10 por Tregs leva à hiporresponsividade ao M. leprae por suprimir a resposta de células Th1, resposta imune celular que é mais eficiente no controle da doença. Além disso, a interação FoxP3 com histonas deacetilases dos núcleos de linfócitos T, impulsiona a imunossupressão por Tregs, o que não ocorre em outras formas da hanseníase, e induz a expressão de microRNAs, sobretudo do miRNA-155, os quais representam importantes reguladores da resposta imune, sobretudo na diferenciação em células Tregs. Por sua vez, células Bregs são também produtoras de IL-10 e estimulam a diferenciação de células T efetoras em Tregs, aumentam a expressão de FoxP3 e PD-1, além de estimularem a produção de IL-35, citocina relacionada ao agravamento da doença. Conclusão: Embora a resposta Th2 seja tradicionalmente associada à hanseníase virchowiana, células Tregs e Bregs estão diretamente relacionadas com a forma mais grave da hanseníase, por suprimir a resposta imune efetora do hospedeiro e permitir maior ação do M. leprae.