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JUDEUS DE TODOS OS TEMPOS OU AS AURÉLIAS, DE MARGUERITE DURAS
Neste artigo, partimos de três textos homônimos de Marguerite Duras, intitulados Aurélia Steiner, de 1979, para refletir acerca dessa personagem múltipla que, para Duras, é como os judeus de todos os tempos. Aurélia pertence a lugares e tempos distintos, mas, em todos os textos, carrega uma memória fragmentada de um passado marcado pelo horror da Segunda Guerra. A partir de Gilles Deleuze, compreendemos essa escrita como um fragmento anônimo infinito em que Duras assume uma ruptura radical com a representação do horror pelo horror, propondo outros modos de narrar e de pensar sobre a guerra. Em diálogo com o pensamento de Deleuze e de Silvina Rodrigues Lopes, nosso objetivo é pensar acerca da multiplicidade de tempos e de sujeitos nos três Aurélia Steiner.