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Distanciando-se da agitação e pressa característica da sociedade contemporânea, Festina Lente apresenta um longo período de gestação, envolvendo não apenas leituras interdisciplinares, mas também conversações em grupo com 66 mulheres sobre a mulher aos cinquenta anos. A pesquisa contou ainda com a interlocução criativa com Saul Ignacio Fuks, Diretor do Mestrado em Pensamento Sistêmico da Universidade Nacional de Rosario, na Argentina. O diálogo com Saul, além de ter proporcionado um contraponto masculino às reflexões das autoras, apontou em suas entrelinhas interrogações que Freud já colocava em questão. Afinal de contas: O que quer uma mulher? Contudo, e sem menosprezar pesquisas psicanalíticas sobre os enigmas do “continente negro” (Freud, 1926/1976, p. 242), Saul não se ensimesmou ao navegar pelas complexidades trazidas pelas interlocutoras apontando para problemáticas da natureza humana que transcendem o ser mulher e “os 50 anos” (p.7).","PeriodicalId":30215,"journal":{"name":"Trivium","volume":"51 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A Tessitura do Fio da Vida: reflexões sobre mulheres contemporâneas\",\"authors\":\"Carla Penna\",\"doi\":\"10.18379/2176-4891.2020v2p.133\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Inquietações sobre diferentes formas de “ser e estar no mundo” motivaram Ana Cristina Leonardos, pesquisadora com doutorado em Ciências Sociais aplicadas à educação, em Stanford University, e Marta Estima Scodro, psicóloga, escritora e terapeuta de família a mergulhar em um desafio reflexivo “sobre a meia-idade feminina no século XXI” (p.13). 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A Tessitura do Fio da Vida: reflexões sobre mulheres contemporâneas
Inquietações sobre diferentes formas de “ser e estar no mundo” motivaram Ana Cristina Leonardos, pesquisadora com doutorado em Ciências Sociais aplicadas à educação, em Stanford University, e Marta Estima Scodro, psicóloga, escritora e terapeuta de família a mergulhar em um desafio reflexivo “sobre a meia-idade feminina no século XXI” (p.13). Festina Lente, isto é, Apressa-te Lentamente, “é um oximoro atribuído ao imperador romano Augusto, representado por um golfinho entrelaçado a uma âncora. Agilidade e destreza aliadas à segurança e estabilidade.” (p.13). A imagem permitiu às autoras caracterizarem e introduzirem reflexões sobre mulheres na década dos cinquenta anos. A pesquisa ganhou corpo a partir de 2013 estendendo-se até o momento de sua publicação em 2019. Distanciando-se da agitação e pressa característica da sociedade contemporânea, Festina Lente apresenta um longo período de gestação, envolvendo não apenas leituras interdisciplinares, mas também conversações em grupo com 66 mulheres sobre a mulher aos cinquenta anos. A pesquisa contou ainda com a interlocução criativa com Saul Ignacio Fuks, Diretor do Mestrado em Pensamento Sistêmico da Universidade Nacional de Rosario, na Argentina. O diálogo com Saul, além de ter proporcionado um contraponto masculino às reflexões das autoras, apontou em suas entrelinhas interrogações que Freud já colocava em questão. Afinal de contas: O que quer uma mulher? Contudo, e sem menosprezar pesquisas psicanalíticas sobre os enigmas do “continente negro” (Freud, 1926/1976, p. 242), Saul não se ensimesmou ao navegar pelas complexidades trazidas pelas interlocutoras apontando para problemáticas da natureza humana que transcendem o ser mulher e “os 50 anos” (p.7).