{"title":"AUTONOMIA DO SIMBOLISMO INCONSCIENTE E EXPRESSIVIDADE NOS SONHOS SEGUNDO MERLEAU-PONTY","authors":"M. J. Müller","doi":"10.1590/0100-512x2021n15008mjm","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"RESUMO Trata o presente artigo de um estudo sobre o modo como Merleau-Ponty busca extrair, da teoria freudiana dos sonhos, consequências ontológicas concernentes à vinculação expressiva entre as diferentes dimensões da experiência onírica, especificamente sobre o papel dos restos diurnos na descarga da libido, na realização do simbolismo ou, o que é a mesma coisa, na conversão do simbolismo em algo narrativo e sensível, especificamente afetivo. Conforme se mostrará, para Merleau-Ponty, seja no sonho sonhado seja no sonho relatado podemos verificar, entre a dimensão imaginária (afetiva e narrativa) introduzida pelos restos diurnos, por um lado, e a dimensão simbólica (ou inconsciente) expressa como significante esquecido, por outro; uma sorte de unidade sem coincidência, uma indivisão meramente expressiva. A pergunta deste artigo é ‒ do ponto de vista ontológico ‒ de que modo a indivisão expressiva entre o sonhado e o relatado dispensa o recurso à ideia de uma interioridade transparente?","PeriodicalId":52055,"journal":{"name":"Kriterion-Revista de Filosofia","volume":"82 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.2000,"publicationDate":"2021-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Kriterion-Revista de Filosofia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/0100-512x2021n15008mjm","RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"PHILOSOPHY","Score":null,"Total":0}
AUTONOMIA DO SIMBOLISMO INCONSCIENTE E EXPRESSIVIDADE NOS SONHOS SEGUNDO MERLEAU-PONTY
RESUMO Trata o presente artigo de um estudo sobre o modo como Merleau-Ponty busca extrair, da teoria freudiana dos sonhos, consequências ontológicas concernentes à vinculação expressiva entre as diferentes dimensões da experiência onírica, especificamente sobre o papel dos restos diurnos na descarga da libido, na realização do simbolismo ou, o que é a mesma coisa, na conversão do simbolismo em algo narrativo e sensível, especificamente afetivo. Conforme se mostrará, para Merleau-Ponty, seja no sonho sonhado seja no sonho relatado podemos verificar, entre a dimensão imaginária (afetiva e narrativa) introduzida pelos restos diurnos, por um lado, e a dimensão simbólica (ou inconsciente) expressa como significante esquecido, por outro; uma sorte de unidade sem coincidência, uma indivisão meramente expressiva. A pergunta deste artigo é ‒ do ponto de vista ontológico ‒ de que modo a indivisão expressiva entre o sonhado e o relatado dispensa o recurso à ideia de uma interioridade transparente?