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A reforma trabalhista e a liquidez das relações de trabalho
O presente artigo tem como objetivo analisar como a reforma trabalhista, aprovada no Brasil através Lei Ordinária 13467/2017, atua como legitimadora para que as relações de trabalho se tornem cada vez mais líquidas. A partir da leitura das obras de Bauman enumeramos as principais características da sociedade pós-moderna e líquida como a mudança da ética do produtor para do consumidor, a perca da capacidade do trabalho de dar identidade ao ser humano, e também analisamos aspectos históricos que levaram o mundo a sair de seu estágio sólido para o líquido. Diante de tais características analisamos as alterações promovidas pela recente reforma do direito do trabalho e verificamos que ela veio para legitimar uma nova forma de pensar as relações laborais defendida pelo modelo de capitalismo neoliberal na qual predomina a mentalidade de curto prazo e a falta de identidade do trabalhador com a empresa. Por fim concluímos que apesar de necessário a reforma das leis trabalhistas, esta deveria ser feita com o intuito de defender o trabalhador tendo em vista ser uma relação de pessoas e não entre sujeito e objeto, levando em conta os direitos humanos e que possibilitasse a emancipação da sociedade em relação ao capital. Palavras-chave: Modernidade líquida, Reforma trabalhista, Relações de Trabalho