Segurança do setor de petróleo e gás no Brasil: clima passado e cenários futuros frente as mudanças climáticas

As emissões, incêndio ou explosão de substâncias perigosas de grande magnitude são chamadas de acidentes ampliados. Tais eventos podem ser causados ou agravados pela condição atmosférica. O objetivo deste artigo é abordar variáveis e eventos atmosféricos no Brasil com potencialidade de prejuízo à segurança do setor de petróleo e gás. Para tanto, analisa-se o vento, temperatura e precipitação, assim como as descargas elétricas, ondas de calor e tornados, em 12 subáreas com extração de petróleo e gás ou refino, armazenamento e transporte destes produtos. O clima passado (1961-2000) é analisado por meio de simulações numéricas e com base na literatura científica. Tanto para o período de 1961-2000 quanto para as projeções futuras (2020-2099), as quais consideram dois possíveis cenários, um otimista e outro pessimista, são calculados os riscos de ocorrência de valores extremos de temperatura e vento. Quanto a temperatura máxima, os resultados das projeções mostraram risco maior para o período de clima futuro em relação ao clima passado, sendo mais significativo nas subáreas da região tropical do Brasil. Nas projeções com cenário climático pessimista, há tendência de risco máximo nessas áreas tropicais. Quanto aos valores extremos da velocidade do vento, tanto as projeções otimistas como as pessimistas apontam para risco oscilando entre 1 e 2, numa escala de 0 a 4, durante o período de clima futuro, que é o mesmo padrão observado durante o período de clima passado.