{"title":"Formas e sabores","authors":"Tânia Casimiro, João Pedro Gomes","doi":"10.14195/1647-8657_61_7","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A cultura material associada à produção e consumo de alimentos, nomeadamente a cerâmica, representa o maior volume dos conjuntos arqueológicos exumados em contextos portugueses de Idade Moderna. Panelas, tachos, frigideiras, pratos, tigelas ou salseiras, produzidos em cerâmica comum ou vidrada, testemunham tanto os distintos processos de preparação dos alimentos ou modos de apresentação destes à mesa, como as tecnologias de produção cerâmica disponíveis à época, as formas, decorações, origens e contextos de utilização dos objectos que a análise arqueológica, isoladamente, não permite entender na sua totalidade. Assim, e para o período moderno, apresenta-se como essencial o cruzamento dos dados arqueológicos com as fontes documentais coevas. Livros de receitas, registos de despesa, cartas, entre outros, permitem inferir um vasto leque de características: a que tipo de formas estariam associados determinados preparados culinários, de que forma eram servidos e acondicionados os alimentos ou qual o valor simbólico que determinadas peças teriam? Tenta-se assim uma aproximação semiótica à utilização da cerâmica em contexto alimentar no que respeita à sua forma, cor e mesmo odor que, no lato universo alimentar, despertaria diversos sentidos além do gosto.","PeriodicalId":51960,"journal":{"name":"Conimbriga-Revista de Arqueologia","volume":"68 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.3000,"publicationDate":"2022-12-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Conimbriga-Revista de Arqueologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14195/1647-8657_61_7","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"ARCHAEOLOGY","Score":null,"Total":0}
A cultura material associada à produção e consumo de alimentos, nomeadamente a cerâmica, representa o maior volume dos conjuntos arqueológicos exumados em contextos portugueses de Idade Moderna. Panelas, tachos, frigideiras, pratos, tigelas ou salseiras, produzidos em cerâmica comum ou vidrada, testemunham tanto os distintos processos de preparação dos alimentos ou modos de apresentação destes à mesa, como as tecnologias de produção cerâmica disponíveis à época, as formas, decorações, origens e contextos de utilização dos objectos que a análise arqueológica, isoladamente, não permite entender na sua totalidade. Assim, e para o período moderno, apresenta-se como essencial o cruzamento dos dados arqueológicos com as fontes documentais coevas. Livros de receitas, registos de despesa, cartas, entre outros, permitem inferir um vasto leque de características: a que tipo de formas estariam associados determinados preparados culinários, de que forma eram servidos e acondicionados os alimentos ou qual o valor simbólico que determinadas peças teriam? Tenta-se assim uma aproximação semiótica à utilização da cerâmica em contexto alimentar no que respeita à sua forma, cor e mesmo odor que, no lato universo alimentar, despertaria diversos sentidos além do gosto.