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Quantos números têm aqui? A utilização de dados pelo Fantástico na cobertura da Covid-19 no Brasil
A população brasileira precisou aprender sobre distanciamento social e lockdown, números, taxas e índices com a chegada da pandemia de Covid-19. Lidamos, simultaneamente, com uma doença desconhecida, novas informações e fake news. Apesar do avanço do vírus ser cotidianamente explicado por informações quantitativas oficiais, tanto pelos órgãos de Saúde (Ministério, Secretarias Estaduais e Municipais) quanto pela imprensa, em decorrência do distanciamento social, as pessoas, por ficarem mais tempo em casa, buscavam informações em diversos canais de comunicação, incluindo os tradicionais (e mais confiáveis) e os que possuem confiabilidade duvidosa, como as mensagens (re)encaminhadas por grupos de WhatsApp. O governo federal, por vezes, se valia de dados equivocados e, em outras, omitia informações. Os veículos de comunicação foram encarregados de repassar as informações oficiais a um público tão grande como o brasileiro. Em meio ao caos, como os jornalistas conseguiram informar a população, que enfrentava momentos distintos, com níveis e evoluções diferentes da pandemia? Em um país continental, esta pesquisa buscou compreender a evolução da utilização do jornalismo de dados pelo programa televisivo Fantástico, entendendo a relação entre essa atividade e a construção da informação de fácil acesso à população, bem como o jornalismo como entidade responsável pelo combate à desinformação. Para cumprir com tais objetivos foi realizado um acompanhamento linear dos dados apresentados no período de 17 meses (março de 2020 a agosto de 2021), observando como o Fantástico divulgou os dados da pandemia no Brasil. O método utilizado foi a pesquisa qualitativa, pela perspectiva da análise da materialidade audiovisual.