{"title":"南方共同市场的南南合作","authors":"Valéria Teixeira Graziano, Marina Bolfarine Caixeta","doi":"10.36311/2237-7743.2021.v10n1.p161-194","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu a interconexão entre o desenvolvimento da Cooperação Sul-Sul (CSS) e a multiplicação de mecanismos regionais de integração, principalmente na América Latina e Caribe, desde a primeira década do século XXI (A/66/229). Na América do Sul, tal contexto coincidiu com a chegada ao poder de governos progressistas em diversos países, os quais estabeleceram a CSS e a integração regional latino-americana como prioridades em suas diretrizes de política externa, com destaque para o papel do MERCOSUL. Embora a cooperação internacional esteja presente no MERCOSUL desde seus primórdios, é neste contexto político conhecido como onda rosa (2003-2015) que a CSS se tornou prioridade no âmbito do bloco. Tal processo levou a uma gradual institucionalização da CSS no MERCOSUL, com o estabelecimento, em 2008, do Grupo de Alto Nível para a elaboração de um Programa de Cooperação Sul-Sul, que tinha como missão elaborar as bases conceituais, metodológicas e operativas de um programa de cooperação em setores estratégicos; em 2012 do Grupo de Cooperação Internacional (GCI) para coordenar a cooperação técnica do MERCOSUL; em 2014, da nova Política de Cooperação Internacional e; em 2018, da Estratégia em matéria de cooperação no MERCOSUL para o período 2018-2021. Contudo, esse contexto mudou e, mais recentemente, ambos os fenômenos na região perderam prioridade na pauta política dos governos de turno sem, entretanto, serem extintos pela maré azul. Esse trabalho tem como objetivo discutir as potencialidades e limites da CSS como meio para a integração regional autônoma na América Latina, neste contexto de celebração dos 30 anos do MERCOSUL.","PeriodicalId":37936,"journal":{"name":"Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations","volume":"5 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-10-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Cooperação Sul-Sul no Mercosul\",\"authors\":\"Valéria Teixeira Graziano, Marina Bolfarine Caixeta\",\"doi\":\"10.36311/2237-7743.2021.v10n1.p161-194\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu a interconexão entre o desenvolvimento da Cooperação Sul-Sul (CSS) e a multiplicação de mecanismos regionais de integração, principalmente na América Latina e Caribe, desde a primeira década do século XXI (A/66/229). 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期刊介绍:
AUSTRAL: Brazilian Journal of Strategy and International Relations was the first Brazilian journal in the area of International Relations to be fully published in English (2012). It is an essentially academic vehicle, linked to the Brazilian Centre of Strategy & International Relations (NERINT) and the Doctoral Program in International Strategic Studies (PPGEEI) of the Faculty of Economics (FCE) of the Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Its pluralist focus aims to contribute to the debate on the international political and economic order from the perspective of the developing world. The journal publishes original articles in the area of Strategy and International Relations, with special interest in issues related to developing countries and South-South Cooperation – its security problems; the political, economic and diplomatic developments of emerging countries; and their relations with the traditional powers. AUSTRAL is published semi-annually in English and Portuguese. The journal’s target audience consists of researchers, experts, diplomats, military personnel and graduate students of International Relations. The content of the journal consists of in-depth analytical articles written by experts (Professors and Doctors), focusing on each of the great continents of the South: Asia, Latin America and Africa. Thus, the debate and diffusion of knowledge produced in these regions is stimulated. All contributions submitted to AUSTRAL are subject to rigorous scientific evaluation.