Patrícia Quirino Rocha, Maria Augusta Mundim Vargas
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O presente artigo propõe-se a compreender as territorialidades de mulheres feirantes da feira de Euclides da Cunha/BA. As mulheres estão e são feirantes como resultado de conflitos travados desde o ambiente doméstico até os locais públicos: a feira. Observamos as práticas, os saberes e os vínculos das feirantes com os produtos de suas barracas, de forma a identificar como essas conexões revelam pertencimento ao sertão. A percepção, ancorada na fenomenologia existencial de Merleau-Ponty (1999) e nos sentidos corporais sinalizados por Tuan (1983), foi o caminho pelo qual buscamos compreender o mundo vivido das mulheres feirantes. Concebemos a feira como território perpassado por redes, que conectam feirantes, fregueses e produtos, numa dinamicidade que abrange relações de poder símbolicas e concretas. Na feira, as relações mercadológicas não são as únicas, para além destas, há relações de sociabilidade, confiança e amizade, ambas construtoras das territorialidades que marcam os sentidos de “ser mulher” e “ser feirante”.